Na segunda-feira, dia 22 de julho, o Hospital Costa das Baleias em Teixeira de Freitas tornou-se palco de uma trágica despedida. Henry Miguel, uma criança de apenas 4 anos, vítima de convulsões e múltiplos hematomas, faleceu, levantando uma onda de comoção e revolta em Alcobaça. Henry, portador da síndrome de West, deixou o mundo de maneira brutal, supostamente pelas mãos de sua mãe, Maria Vitória Oliveira Langkamer, e seu padrasto, Murilo Juan Nogueira de Sena.
Os sinais de maus-tratos eram claros. Os médicos não tiveram dúvidas sobre a gravidade das agressões sofridas por Henry. A violência doméstica, que tantas vezes se esconde nas sombras do lar, neste caso, deixou cicatrizes profundas e irreparáveis. Maria Vitória e Murilo Juan, ambos com 23 anos, negam as acusações, mas as evidências e a indignação pública clamam por justiça.
O caso de Henry Miguel não é isolado. Ele expõe uma realidade perturbadora: a fragilidade de nosso sistema de proteção à infância. Quantas outras crianças estão sofrendo em silêncio? Quantas outras vidas serão ceifadas antes que algo mude? O Brasil, país que se orgulha de sua legislação de proteção à criança, precisa fazer mais do que apenas promulgar leis; precisa garantir que estas sejam efetivamente aplicadas.
A dor e o luto dos amigos e familiares de Henry são compartilhados por todos que têm um mínimo de empatia. No entanto, é imperativo que essa dor se transforme em ação. Precisamos exigir respostas, demandar mudanças e trabalhar incansavelmente para que tragédias como esta nunca mais se repitam.
A sociedade não pode continuar sendo conivente com a violência doméstica. É necessário um esforço coletivo, que envolva autoridades, organizações de proteção e a própria comunidade, para identificar e prevenir abusos antes que alcancem níveis fatais. Que a memória de Henry Miguel seja um catalisador para a mudança, e que seu sofrimento não tenha sido em vão.
Em um país onde a justiça parece tardar, é nossa responsabilidade garantir que a voz dos mais vulneráveis seja ouvida e protegida. Henry Miguel, uma pequena estrela que se apagou cedo demais, deve ser lembrado não apenas como uma vítima, mas como um símbolo da urgência em proteger nossas crianças. Que sua memória inspire uma luta implacável contra a barbárie que ainda persiste em nosso meio.