Política e Resenha

ARTIGO – Os Vieira Lima e a Imagem de Lúcia Rocha: Um Descolamento Necessário? (Padre Carlos)

 

 

 

 

A recente polêmica envolvendo o apoio dos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima à pré-candidatura de Lúcia Rocha (MDB) à Prefeitura de Vitória da Conquista trouxe à tona questões cruciais sobre o impacto das alianças políticas e a necessidade de renovação de imagem no cenário eleitoral.

Geddel Vieira Lima, em entrevista exclusiva ao Blog do Sena, afirmou categoricamente que não está participando ativamente da pré-campanha de Lúcia Rocha, citando problemas de saúde como o principal motivo para sua ausência. Essa declaração pode ser interpretada de duas maneiras: como uma tentativa genuína de se afastar das atividades políticas devido a problemas de saúde ou como uma estratégia calculada para descolar a imagem dos Vieira Lima da candidatura de Lúcia, visando minimizar os danos à reputação da pré-candidata.

Historicamente, a presença dos Vieira Lima em campanhas eleitorais sempre foi marcada por controvérsias e escândalos. As eleições municipais de 2016 e 2020, onde Geddel participou ativamente, são exemplos disso. A notoriedade dos irmãos Vieira Lima, tanto positiva quanto negativa, influencia inevitavelmente a percepção pública sobre qualquer candidato que eles apoiem. No caso de Lúcia Rocha, o afastamento declarado de Geddel pode ser uma tentativa de evitar que as sombras do passado obscureçam a candidatura de Lúcia.

Por outro lado, o reconhecimento da importância do MDB na política baiana e a admissão de que outros candidatos, como Waldenor Pereira (PT) e a atual prefeita Sheila Lemos (União Brasil), buscaram o apoio do partido, reforçam a relevância do MDB como um ator político central. Isso ressalta a complexidade das alianças e a luta constante pelo apoio partidário, algo que pode ser decisivo em uma eleição acirrada como a que se aproxima em Vitória da Conquista.

A fala de Geddel sobre Lúcia Rocha ser “do povo” contrasta fortemente com as críticas veladas aos outros candidatos, sugerindo uma conexão mais autêntica de Lúcia com a população. No entanto, essa narrativa precisa ser analisada com cautela. A autenticidade em política é frequentemente usada como uma ferramenta retórica, e é essencial que os eleitores avaliem criticamente essas alegações, considerando o histórico e as ações concretas dos candidatos.

Em suma, o descolamento da imagem dos irmãos Vieira Lima da candidatura de Lúcia Rocha pode ser tanto uma estratégia inteligente quanto uma necessidade imposta pelas circunstâncias. De qualquer forma, essa dinâmica ilustra as complexas relações de poder e a importância da imagem pública na política. A verdadeira prova de fogo será como Lúcia Rocha conduzirá sua campanha e se conseguirá, de fato, estabelecer uma conexão genuína com os eleitores de Vitória da Conquista, livre das sombras do passado.

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