Nos últimos anos, o Brasil viveu um pesadelo político que, de maneira surpreendente, ecoa agora no alem mar, mergulhando não só o Partido Socialista, mas todo o povo português em uma semana tumultuada. Desta forma, expressamos nossa solidariedade ao povo português e em especial ao partido liderado por Antônio Costa, neste momento em que as forças conservadoras se levantam contra a democracia e a vontade popular. Diante destes acontecimentos é inevitável não fazer comparações com os turbulentos dias da “República de Curitiba” que assolaram o Brasil.
O impacto foi avassalador: um governo destituído, uma maioria absoluta desfeita e a dissolução da Assembleia da República. Em um curto espaço de tempo, a vontade expressa nas urnas foi substituída pela convocação de novas eleições, deixando a população portuguesa atordoada.
Os estrategistas do partido, ao orientar seus membros para concentrarem a luta contra a direita, não contra o sistema judiciário, evoca lembranças dos erros cometidos pelo sistema político brasileiro. Num cenário que lembra uma marcha para o cadafalso, os socialistas expressam confiança na Justiça, mas um debate acalorado emerge. Os procuradores, assim como ocorreu no Brasil, defendem a necessidade de investigar todas as suspeitas, fundamentados no princípio da legalidade. No entanto, persiste a perplexidade diante das prisões e buscas públicas sem evidências concretas de culpabilidade, um cenário que ecoa o passado recente do Brasil.
A semana tumultuada em Portugal, que parece ecoar os dias sombrios vividos na República Federativa do Brasil, coloca em questão não apenas a conduta do Partido Socialista, mas também o papel da Justiça no equilíbrio delicado entre a busca pela verdade e a preservação dos direitos individuais.
O tempo, mais uma vez, torna-se uma variável crucial. A decisão de prender, realizar buscas e tornar públicas as investigações deve ser respaldada por evidências sólidas de culpabilidade. Contudo, como no Brasil, a incerteza sobre as verdadeiras intenções do Ministério Público para acusar levanta questionamentos sobre a eficácia e a justiça do processo legal.
Solidários aos socialistas portugueses, resta à população observar como a democracia se desenrolará nos próximos meses. Em um mundo onde as lições do passado parecem repetir-se, resta a esperança de que, ao enfrentar os desafios, Portugal possa emergir mais forte, respeitando os princípios democráticos e os direitos fundamentais de seus cidadãos.