Política e Resenha

ARTIGO – Quis Custodiet Ipsos Custodes? O Dilema do Controle e Poder nas Eleições de Vitória da Conquista


A denúncia do União Brasil contra o deputado federal Waldenor Pereira por propaganda eleitoral antecipada me chamou a atenção para uma questão fundamental: a democracia.
Assim, imerso nas intricadas águas do processo eleitoral em Vitória da Conquista, fui transportado para as antigas aulas de Latim ministradas pelo saudoso padre Bruno. A frase “Quis custodiet ipsos custodes?” ressoou em minha mente, ecoando séculos de reflexão sobre o desafio constante da humanidade: quem vigia os guardiões?
Os romanos, muito antes do nascimento de Cristo, já debatiam essa questão filosófica, buscando estabelecer limites para o exercício do poder e autoridade. Essa preocupação transcendental ecoa ao longo dos séculos, refletindo o eterno dilema das sociedades modernas e democráticas.
A sociedade contemporânea enfrenta o desafio de encontrar meios para controlar aqueles que detêm o leme do sistema político. Surge, então, um instrumento crucial: o voto. Este é o mecanismo pelo qual buscamos deixar claro aos controladores que não estão além do alcance da ética e da moral.
O processo eleitoral torna-se o palco onde a sociedade decide, por meio do voto, conceder ou negar seu consentimento aos líderes que almejam o poder. É através desse ato democrático que os cidadãos expressam sua concordância em conferir a alguém o controle sobre os destinos da comunidade, aceitando as regras do jogo.
No entanto, a indagação persiste: o voto é realmente suficiente para garantir que os guardiões do poder estejam sempre sob escrutínio? A complexidade dessa questão ganha nuances profundas quando aplicada ao cenário eleitoral de Vitória da Conquista. Será que o aparato democrático está verdadeiramente ativo, ou há sombras que obscurecem a transparência necessária?
Em meio a debates acirrados e promessas políticas, é imperativo que a sociedade se questione sobre a eficácia do processo eleitoral em assegurar que os guardiões sejam vigiados de maneira adequada. Afinal, a busca pela verdade e a informação dos cidadãos dependem da integridade desse sistema.
Neste contexto, a filosofia romana ressurge como um guia sábio, instigando-nos a refletir não apenas sobre quem vigia os guardiões, mas como garantir que essa vigilância seja robusta e constante. É um chamado à responsabilidade cívica, à participação ativa na construção do destino coletivo.
Enquanto as eleições se desdobram em Vitória da Conquista, a pergunta ancestral permanece: quem, de fato, vigia os guardiões? Cabe a cada cidadão, ao exercer seu direito sagrado de voto, afirmar seu papel como guardião da democracia, assegurando que o poder seja exercido em prol do bem comum. Este é o desafio eterno, e é na resposta a ele que forjamos o futuro de nossa sociedade.