Vamos combinar, né? Se a vida já parece um grande reality show, o sistema de justiça brasileiro resolveu incorporar a ideia. Quando uma advogada indiciada por associação criminosa com a máfia chinesa e falsidade ideológica é responsável pela defesa de uma cliente igualmente envolvida em suspeitas criminais, o sistema de justiça brasileiro parece ter atingido um novo nível de absurdo. Apergunta que nos resta é: será que o fundo do poço tem porão?
Pois é, meus amigos, a saga de Adélia Soares, ex-BBB e advogada da também influenciadora Deolane Bezerra, parece roteiro de filme de ação. Mas aqui, a ação está na vida real e envolve nada menos que máfias internacionais, exploração de jogos de azar e, claro, um laranjal de empresas de fachada espalhadas pelas Ilhas Virgens e sabe-se lá onde mais. Sabe aquela história de “faça seu Pix” que você vê nas lives de influencers? Pois então, parece que tem gente que levou essa frase a sério demais, mas no mundo do crime.
O curioso é que, segundo a investigação da Polícia Civil do Distrito Federal, nossa querida Adélia não só virou peça chave nesse jogo do tigrinho — um jogo de azar, caso você esteja se perguntando — mas também conseguiu transformar a PlayFlow Processadora de Pagamentos, sua empresa de fachada, numa ferramenta brilhante para lavar dinheiro. Sim, dinheiro de cassinos ilegais, nada menos. A empresa, criada com documentação irregular, estava envolvida em transações que fariam qualquer série de crimes parecer amadora. E, claro, tudo isso patrocinado pela máfia chinesa. A gente aqui lutando para entender como funciona o Pix, enquanto Adélia e seus comparsas criam um verdadeiro fluxo internacional de dinheiro sujo.
Agora, o que deixa tudo isso ainda mais surreal é o fato de que, enquanto essa investigação rolava e um relatório mais cabeludo do que novela mexicana era entregue pela polícia, nossa heroína jurídica circulava em eventos com grandes figuras do poder. E foi exatamente nesse clima de ostentação e polêmicas que o ministro do STF, Kassio Nunes Marques, apareceu na festa de aniversário do cantor Gusttavo Lima, realizada num luxuoso iate em Mykonos, na Grécia.
Entre os convidados dessa celebração extravagante estava José André da Rocha Neto, dono de uma casa de apostas e procurado pela justiça brasileira. Mesmo com uma ordem de prisão em vigor, ele estava ali, brindando como se nada tivesse acontecido. E o que dizer de um ministro do Supremo, que deveria ser o guardião da justiça, presente nesse cenário? Parece piada pronta, mas é a realidade.
A pergunta que não quer calar é: em que ponto foi que a justiça começou a se confundir com as páginas de fofoca e as manchetes de crimes internacionais? O ministro, ao que parece, não encontrou nada de errado em curtir a festa em meio a figuras tão controversas. Que fase!
No final das contas, a gente só pode rir para não chorar. Porque se esse é o fundo do poço, alguém já abriu um porão e decorou com mesas de jogos ilegais, um bom cafezinho para os advogados e procuradores, e, claro, convites para as melhores festas do país. Justiça, meu caro leitor, aqui parece ter virado um conceito elástico, que se estica conforme o evento social e o cliente da vez. Que fase!
Fica a reflexão: será que estamos vendo o fim de um ciclo ou apenas a continuação de um roteiro tragicômico, onde, mais do que nunca, o Brasil se torna a terra das oportunidades… para os que sabem jogar — literalmente?