A morte de Eunice, vítima de um atropelamento fatal por uma motocicleta na Avenida Brumado, em Vitória da Conquista, reacende uma questão dolorosa e urgente: a falta de segurança viária nas ruas movimentadas da cidade. O incidente, ocorrido na noite deste último domingo, trouxe um luto repentino à comunidade local, que agora clama por soluções para evitar que tragédias como esta se repitam.
O caso de Eunice não é isolado. Cada vez mais, ouvimos relatos de atropelamentos, colisões e mortes que poderiam ser evitadas. Apesar das constantes campanhas de conscientização, parece que ainda vivemos em uma cidade onde a mobilidade urbana falha em proteger seus cidadãos. As vítimas, muitas vezes, são pedestres desprotegidos, como Eunice, que teve sua vida interrompida em um momento que deveria ser ordinário: ao atravessar uma via pública.
A Avenida Brumado, uma das mais movimentadas da cidade, exemplifica a realidade de muitas outras vias: trânsito intenso, alta velocidade e ausência de infraestrutura adequada para a proteção de quem anda a pé. Travessias seguras são quase inexistentes, semáforos desregulados ou insuficientes, e a sinalização muitas vezes ignorada por motoristas apressados.
Entretanto, o problema vai além de uma simples questão de infraestrutura. O trânsito em Vitória da Conquista parece refletir um comportamento social mais profundo, onde a pressa e a falta de respeito pelas regras de trânsito colocam em risco a vida de todos. A pressa, o descuido e a imprudência tornam-se uma mistura fatal quando combinadas com a negligência do poder público em prover condições seguras para pedestres e ciclistas.
A comoção gerada pela morte de Eunice deve servir de alerta. Até quando iremos tolerar essa escalada de acidentes fatais? Não se trata apenas de colocar mais radares ou construir passarelas, mas de repensar a forma como vivemos em nossas cidades. Precisamos de uma gestão de trânsito que não enxergue apenas carros e motos, mas, sobretudo, pessoas. Que veja a mobilidade como um direito e a segurança viária como uma prioridade.
A morte de Eunice é mais do que uma tragédia pessoal; é um reflexo do abandono das políticas públicas em relação à segurança no trânsito. Cabe às autoridades locais, que já estão investigando o caso, agir com celeridade e firmeza para evitar que mais vidas sejam perdidas da mesma forma. Aos motoristas, é necessário um novo pacto de responsabilidade e respeito ao próximo, que pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Que a memória de Eunice nos impulsione a exigir ruas mais seguras, humanizadas e inclusivas. Ela não pode ser apenas mais um número em uma estatística trágica, mas o símbolo de uma cidade que precisa, urgentemente, mudar seu modo de lidar com a mobilidade urbana.