Política e Resenha

Duplicação da Avenida Presidente Vargas: O Preço da Negligência com a Segurança

 

(Padre Carlos)

A duplicação da Avenida Presidente Vargas, em Vitória da Conquista, é um projeto de extrema relevância para a mobilidade da cidade. Trata-se de uma obra esperada há anos, cuja execução visa modernizar o trânsito e facilitar o deslocamento da população. No entanto, a realidade enfrentada pelos moradores e motoristas da região expõe uma grave falha que não pode ser ignorada: a precariedade da sinalização durante os trabalhos.

Embora a ordem de serviço tenha sido assinada pelo ex-governador Rui Costa em outubro de 2022, e o atual governador Jerônimo Rodrigues tenha dado sequência ao projeto, com um orçamento superior a R$ 16,4 milhões, a execução das obras vem deixando a desejar em um ponto crucial: a segurança dos motoristas e pedestres. A sinalização no local é insuficiente e, em muitos trechos, composta por pedras para dividir a pista. Um improviso que pode parecer simples, mas que tem se mostrado perigoso, especialmente durante a noite, quando a iluminação é deficiente.

Os relatos de acidentes e a insegurança gerada pela falta de sinalização adequada revelam uma negligência que coloca em risco a vida das pessoas. O Governo do Estado foi informado sobre o problema, mas até agora, nenhuma ação concreta foi tomada para mitigar os riscos. A pergunta que ecoa entre motoristas e moradores é: até quando essa situação vai persistir?

É compreensível que uma obra de tal magnitude cause transtornos temporários. Contudo, esses transtornos não podem ser justificados ao ponto de comprometer a segurança da população. Sinalização adequada e iluminação são medidas básicas que deveriam acompanhar qualquer projeto de duplicação, especialmente em vias de grande movimento como a Avenida Presidente Vargas.

O descaso com esses aspectos fundamentais pode transformar uma obra benéfica em um cenário de perigo iminente. Motoristas que precisam atravessar a avenida à noite estão expostos a riscos que poderiam ser facilmente evitados com a instalação de sinalizações visíveis e barreiras de proteção adequadas. São medidas de baixo custo em comparação ao valor total da obra, mas que têm o potencial de salvar vidas.

A duplicação da Avenida Presidente Vargas é, sem dúvida, um avanço para Vitória da Conquista. Entretanto, é inadmissível que a população pague o preço da negligência com a segurança durante a execução das obras. O governo estadual precisa tomar medidas imediatas para corrigir essas falhas. Afinal, uma obra que promete melhorar a mobilidade urbana não pode, ao mesmo tempo, colocar em risco aqueles que já convivem com os transtornos causados pelos trabalhos.

Enquanto aguardamos a conclusão das obras, é preciso que as lideranças locais, que tanto defenderam esse projeto, cobrem das autoridades competentes ações rápidas e eficazes. A população merece trafegar por vias seguras, sem que precise arriscar a vida em meio a obras mal sinalizadas. A segurança, antes de qualquer outra coisa, deve ser prioridade.

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