Política e Resenha

O Fenômeno da Inércia Petista em Salvador: Nem a militância vota no “companheiro” Geraldo!

 

 

 

 

A segunda rodada da pesquisa Quaest veio para consolidar uma realidade que o Política e Resenha vem apontando há tempos: o PT na capital baiana parece estar à deriva, cruzando os braços ou, quem sabe, sem teto para abrigar seu projeto eleitoral. Afinal, se nem a militância e a máquina do Estado estão dispostas a votar em Geraldo, o que esperar do restante da população?

A pesquisa, divulgada pela TV Bahia, trouxe uma daquelas estatísticas que fazem até os políticos mais experientes coçarem a cabeça: Bruno Reis, o prefeito de Salvador e candidato à reeleição pelo União Brasil, aparece com impressionantes 87% dos votos válidos. Isso mesmo, caros leitores! Se a eleição fosse hoje, ele praticamente encerraria o pleito antes mesmo de começar, com a maior votação da história de Salvador. O segundo colocado, Geraldo Júnior, do MDB, amarga 7%.

Agora, vem o ponto mais curioso da história: estamos falando de uma eleição onde o PT, acostumado a ser protagonista na Bahia, parece ter tirado férias. Para um partido que governa o estado há mais de uma década, é no mínimo desconcertante que seu desempenho na capital seja, digamos, inexistente.

Será que o PT cruzou os braços ou realmente nunca conseguiu construir uma base sólida em Salvador? A pergunta é pertinente. O fato é que a cada nova rodada de pesquisa, o cenário eleitoral parece cada vez mais desfavorável. Até mesmo as propagandas eleitorais, aquele momento em que se espera alguma recuperação, parecem ter surtido efeito contrário: enquanto Bruno Reis subiu 7,5 pontos em menos de um mês, Geraldo Júnior despencou quase 4 pontos, ficando tecnicamente empatado com Kleber Rosa, do PSOL. E olha que estamos falando de uma disputa onde o PSOL, tradicionalmente, não representa um grande perigo eleitoral.

E onde fica o PT nisso tudo? Ah, parece que está ocupado em outros lugares. Talvez tentando resolver os atritos internos entre seus aliados no interior, ou quem sabe organizando algum evento em defesa da democracia. Mas, convenhamos, nada que vá mudar o fato de que Salvador, a joia da coroa eleitoral da Bahia, está praticamente entregue de bandeja para o União Brasil.

A performance de Bruno Reis é tão impressionante que os números são dignos de comparação com aqueles tempos em que ACM dominava a política baiana com mão de ferro. Para aqueles que achavam que o carlismo tinha sido enterrado, aí está a prova de que ele só se transformou e adaptou. Se o PT pensava que governar o estado era suficiente para ganhar a capital, os eleitores de Salvador parecem ter uma visão bem diferente.

E o mais interessante é que o fenômeno que vemos em Salvador reflete o que tem acontecido em outras grandes cidades baianas. A base eleitoral do PT, que outrora parecia inabalável, está encolhendo a olhos vistos. As alianças com partidos como o MDB, em vez de fortalecer, parecem estar afundando ainda mais os candidatos ligados ao governo. Afinal, nem Geraldo Júnior, com o peso da máquina política e o apoio de velhos caciques, consegue emplacar. Será que o MDB em Salvador virou uma âncora que puxa o PT ainda mais para baixo?

O cenário atual é o seguinte: Bruno Reis caminha a passos largos para uma vitória histórica, o PT e o MDB se afundam juntos, e o Centro Administrativo — aquele reduto que deveria ser uma fortaleza de votos petistas — já nem pensa em votar no atual governador. A pergunta que fica é: será que o PT realmente não tem teto em Salvador? Ou será que a falta de teto é apenas um reflexo da falta de projeto?

O fato é que, enquanto o PT tenta se encontrar, Bruno Reis já encontrou seu caminho. E ele leva diretamente à reeleição com uma vantagem que beira o ridículo. Para o União Brasil, Salvador é praticamente um passeio no parque. Para o PT, resta o consolo de que ainda governa o estado. Mas até quando?