A conectividade aérea é um dos principais indicadores do potencial de desenvolvimento de uma região. No contexto baiano, enquanto celebramos a expansão dos voos regulares para cidades como Guanambi, Lençóis e Barreiras, não podemos deixar de questionar o atual cenário da malha aérea de Vitória da Conquista, terceira maior cidade do estado e importante polo regional do Sudoeste baiano.

O Paradoxo da Conectividade

É notável o contraste entre a importância econômica de Vitória da Conquista e sua atual conectividade aérea com Salvador. Como pode uma cidade que representa o centro nervoso de uma região com mais de dois milhões de habitantes carecer de voos diretos diários para a capital do estado? Este cenário não apenas prejudica o desenvolvimento regional, mas também onera significativamente os passageiros com tarifas elevadas e roteiros ilógicos.

A Irracionalidade das Rotas Atuais

O absurdo da situação atual beira o surreal: passageiros conquistenses que precisam chegar a Salvador são frequentemente forçados a fazer conexões em São Paulo ou Belo Horizonte, num trajeto que literalmente sobrevoa duas vezes seu destino final. Esta ineficiência operacional não apenas aumenta os custos das passagens, mas também desperdiça tempo precioso dos viajantes.

Impactos no Desenvolvimento Regional

A ausência de voos diretos regulares para Salvador tem implicações que transcendem o mero inconveniente dos passageiros:

1. Redução da competitividade empresarial regional
2. Limitação do potencial turístico
3. Obstáculos ao desenvolvimento do setor de serviços
4. Aumento dos custos operacionais para empresas locais
5. Desestímulo a novos investimentos na região

O Potencial Inexplorado

Vitória da Conquista possui uma localização geográfica privilegiada, sendo um natural hub de conexões para o interior da Bahia e norte de Minas Gerais. Este potencial estratégico, no entanto, permanece largamente inexplorado pelas companhias aéreas, que parecem ignorar a lógica geográfica e econômica da região.

A Necessidade de Ação Coordenada

É fundamental que haja uma mobilização coordenada entre:

• O poder público municipal
• A Secretaria de Turismo do Estado
• As entidades empresariais locais
• A comunidade organizada

O papel do Secretário de Turismo, Maurício Bacelar, será crucial neste processo. É necessário que ele atue como catalisador das demandas regionais junto às companhias aéreas e órgãos reguladores do setor.

Propostas para Mudança

Para reverter este cenário, algumas medidas são essenciais:

1. Estabelecimento de uma mesa de negociação permanente com as companhias aéreas
2. Desenvolvimento de estudos de viabilidade econômica que demonstrem o potencial do mercado regional
3. Criação de incentivos fiscais específicos para a ampliação da malha aérea
4. Mobilização da bancada parlamentar baiana em defesa da causa
5. Envolvimento do setor produtivo na demonstração da demanda reprimida

Conclusão

A situação atual da conectividade aérea de Vitória da Conquista é incompatível com sua importância econômica e populacional. A cidade e sua região merecem e necessitam de uma malha aérea que reflita seu papel como polo regional e que sirva como verdadeiro vetor de crescimento.

O momento exige uma postura proativa de todos os atores envolvidos. Não podemos aceitar que uma região tão importante continue sendo prejudicada por uma conectividade aérea deficiente. É hora de transformar o potencial em realidade e garantir que Vitória da Conquista tenha a conectividade aérea que sua população merece e que seu desenvolvimento exige.