Política e Resenha

A exclusão do PCdoB na disputa pelo TCM

 

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) vive um momento de isolamento político na Bahia. O partido, que faz parte da base aliada do governador Jerônimo (PT), viu sua pretensão de indicar o deputado estadual Jean Fabrício para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) ser frustrada pelo apoio do chamado Grupo G8 ao petista Paulo Rangel.

O Grupo G8, formado por oito deputados de partidos diversos, anunciou na quinta-feira (21) que irá votar em Rangel, seguindo a orientação do governador e do PT. O grupo, que na verdade é o Centrão na Bahia se diz independente, mas que na prática é submisso ao poder executivo, alegou que Rangel é um quadro qualificado e que tem experiência na área de controle e fiscalização.

O PCdoB, por sua vez, ficou sem apoio suficiente para viabilizar a candidatura de Fabrício, que é um parlamentar de destaque na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Fabrício é um dos principais defensores do governo Jerônimo e do projeto político do PT na Bahia. Ele também é um militante histórico do PCdoB, um partido que tem uma longa trajetória de luta pela democracia e pelos direitos sociais no Brasil.

No entanto, esses méritos não foram suficientes para sensibilizar o PT e o governador, que preferiram apostar em um candidato da própria sigla, ignorando a importância da diversidade e da pluralidade na composição do TCM. O PT, que já tem dois conselheiros no tribunal, quer ampliar sua hegemonia e seu controle sobre o órgão fiscalizador, em detrimento da representatividade dos demais partidos da base.

Essa atitude do PT revela um desprezo pelo PCdoB, que é um aliado histórico e fiel do partido desde a redemocratização do país. O PCdoB sempre esteve ao lado do PT nas principais batalhas políticas, como o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a resistência ao governo Bolsonaro. O PCdoB também contribuiu para a eleição e a reeleição de Wagner, Rui Costa e Jerônimo além de participar de seu governo com secretarias e cargos estratégicos.

O PCdoB merece respeito e reconhecimento por sua trajetória e por sua lealdade ao PT e ao governo Jerônimo. O partido tem o direito de pleitear uma vaga no TCM, que é um espaço de poder e de influência política na Bahia. O PT deveria ter um gesto de grandeza e de gratidão com o PCdoB, abrindo mão de sua candidatura e apoiando a de Fabrício.

Ao invés disso, o PT optou pelo sectarismo e pelo fisiologismo, privilegiando seus interesses próprios e desprezando os de seus aliados. Essa postura do PT pode gerar um desgaste na relação com o PCdoB e com os demais partidos da base, que podem se sentir excluídos e desvalorizados pelo governo. O PT precisa rever sua conduta e dialogar com seus parceiros, antes que seja tarde demais.