Política e Resenha

A Farsa dos Acordos: Quem Paga a Conta é Sempre o Povo

 

 

A recente escalada nos preços dos combustíveis, fruto de um novo acordo entre os governos federal e estadual para aumentar o ICMS, expõe mais uma vez a verdadeira face da política brasileira: a de servir aos interesses de poucos em detrimento da grande maioria. A crítica do deputado Tiago Correia, embora válida, apenas arranha a superfície de um problema muito mais profundo.

A justificativa de que o aumento é necessário para garantir a arrecadação estadual é uma falácia que se repete em diversas ocasiões. A verdade é que esses acordos, em sua maioria, são feitos às custas do bolso do cidadão comum. O trabalhador, que já enfrenta dificuldades para manter sua família, agora terá que lidar com gastos maiores com transporte, comprometendo ainda mais seu orçamento.

O setor produtivo também é diretamente atingido por essa política. A alta dos combustíveis encarece a logística, elevando os custos de produção e, consequentemente, os preços dos produtos nas prateleiras. É um efeito dominó que impacta toda a cadeia produtiva e, no final das contas, quem paga a conta é o consumidor final.

A alegação de que a Petrobras também está aumentando os preços não serve como justificativa para o comportamento dos governos. Afinal, a estatal é uma empresa de economia mista e, portanto, deveria ter um papel mais social em momentos de crise. A busca incessante por lucro, em detrimento do bem-estar da população, demonstra a falta de compromisso dos gestores públicos com o interesse público.

A proposta do deputado Correia de manter o mesmo valor real de arrecadação do ICMS dos combustíveis, reduzindo a alíquota, é uma medida sensata e que deveria ser acolhida pelos governantes. No entanto, a resistência em implementar essa medida demonstra a prioridade dos governantes em garantir a arrecadação, mesmo à custa do sofrimento da população.

É preciso que a sociedade civil se mobilize e cobre dos nossos representantes políticos atitudes mais responsáveis e comprometidas com o bem-estar da população. A alta dos combustíveis é apenas mais um exemplo de como a política brasileira está distante das necessidades da maioria. É hora de mudar esse quadro e exigir que os nossos governantes trabalhem em prol de um país mais justo e igualitário.

A cada novo acordo entre governos, a mesma história se repete: o povo paga a conta. É hora de rompermos com essa lógica perversa e exigirmos que os nossos representantes políticos trabalhem em favor da população e não de interesses particulares. A mudança é urgente e necessária.