Política e Resenha

A Marcha do Silêncio: Resistência, Memória e Democracia

 

 

No dia primeiro de abril, o Brasil se lembra de um dos momentos mais sombrios de sua história: o golpe militar de 1964. O país acordou naquele dia sem voz e cheirando a pólvora, mergulhando em duas décadas de ditadura. Mas, mesmo nesta escuridão, a resistência brasileira floresceu implacável.
É em homenagem a esta resistência e à memória de quem lutou para restabelecer a democracia que Salvador se prepara para a Marcha do Silêncio, uma data para se celebrar a luta incansável pela justiça. No centro da cidade, as ruas serão tomadas por aqueles que se recusam a esquecer e que se comprometem a manter viva a chama da liberdade.
A Marcha do Silêncio, organizada pelo grupo Tortura Nunca Mais e diversas entidades do movimento social baiano, é mais do que um simples ato político-cultural. É uma lembrança dolorida, mas necessária, das vítimas da ditadura militar. É um espaço para que parentes, amigos e companheiros de quem foi preso, torturado, exilado ou desapareceu possam homenagear suas memórias, empunhando fotos, flores, tochas e cruzes.
Neste dia, em que os 60 anos do golpe são lembrados, devemos nos lembrar também de que a luta pela democracia e pela justiça é uma luta constante. Como os manifestantes que, em silêncio, marcharão pelas ruas de Salvador, levantando suas vozes contra o esquecimento e a injustiça, nós também devemos nos comprometer a manter viva a memória daqueles que lutaram pelo Brasil que sonhamos.
No centro da cidade, na praça da Piedade, a marcha começará às 16 horas, seguindo para o Campo da Pólvora, onde ocorrerá o ato político-cultural. Será uma ocasião para que a cidade, unida, reafirme o compromisso com a democracia, a memória e a justiça, e siga o exemplo daqueles que, mesmo na escuridão, mantiveram a chama da resistência brasileira acesa.  Padre Carlos