Política e Resenha

A Memória da Democracia e o Papel das Forças Armadas

 

 

 

 

A democracia brasileira, ainda jovem e em construção, enfrenta o desafio de consolidar sua memória histórica, especialmente em relação aos eventos que a colocaram em risco. A Intentona Comunista de 1935 e os ataques de 8 de janeiro de 2023, embora distintos em seus contextos e motivações, representam rupturas com a ordem democrática e merecem análise cuidadosa e tratamento institucional consistente.

Enquanto a Intentona Comunista é regularmente lembrada pelas Forças Armadas, os ataques de 8 de janeiro ainda não receberam a mesma atenção. Essa discrepância levanta questões importantes sobre a imparcialidade e o compromisso das instituições militares com a defesa da democracia, independentemente da ideologia por trás das ameaças.

A memória seletiva pode enfraquecer a confiança da sociedade nas instituições e abrir caminho para novos retrocessos. É fundamental que as Forças Armadas demonstrem, de forma inequívoca, seu repúdio a qualquer tentativa de subverter a ordem democrática, seja ela proveniente da extrema-esquerda ou da extrema-direita. A lembrança e a condenação de ambos os eventos, com o mesmo rigor e importância, são essenciais para a construção de uma memória institucional verdadeiramente comprometida com a defesa da democracia. O futuro da nossa nação depende da capacidade das instituições de aprenderem com o passado e de se posicionarem firmemente em defesa dos valores republicanos.