Há vinte e dois anos, o céu ganhou uma estrela a mais, enquanto nós, na Terra, sentimos o peso de uma ausência que jamais poderá ser plenamente preenchida. Padre Aguiar fez sua Páscoa definitiva, levando consigo um pedaço de cada coração que tocou ao longo de sua vida dedicada ao serviço do Evangelho. No entanto, em vez de nos deixarmos consumir pela saudade, somos impelidos a refletir sobre o legado profundo que ele deixou: um testemunho de fé, caridade e devoção.
Padre Aguiar não era apenas um sacerdote; ele transcendia o papel convencional. Sua vida era um reflexo genuíno da mensagem cristã, encarnada em gestos simples, mas poderosos. Enquanto muitos proclamam a palavra de Deus, poucos conseguem viver tão intensamente cada versículo como ele o fez. Padre Aguiar não apenas pregava o Evangelho – ele o encarnava em sua vida cotidiana. Cada sorriso, cada bênção, cada oração que saía de seus lábios trazia consigo a autenticidade de alguém que verdadeiramente conhecia a Cristo e O servia com devoção completa.
O que o tornava singular era sua capacidade de acolhimento. Em uma sociedade frequentemente marcada pelo barulho e pela pressa, ele oferecia o presente raro da escuta. Não era uma escuta apressada, mas uma presença verdadeira, compassiva e atenta. Aqueles que se aproximavam dele não encontravam apenas um sacerdote, mas um amigo, um conselheiro, um guia espiritual cuja sabedoria fluía de sua profunda intimidade com Deus.
Sua devoção à Virgem Maria era outro aspecto que nos marcava profundamente. Padre Aguiar nos ensinou que, assim como Maria ofereceu seu “sim” incondicional ao plano divino, nós também somos chamados a responder com a mesma abertura e confiança. Para ele, a devoção mariana não era apenas uma questão de palavras ou de rituais, mas de uma vida dedicada ao serviço amoroso e generoso. Ele enxergava em Maria um modelo de fé prática, traduzida em gestos concretos de cuidado ao próximo.
Em seu ministério, Padre Aguiar mostrava que ser sacerdote não é uma função, mas uma missão sagrada. A paixão com que celebrava cada missa, ouvia confissões e visitava os doentes era a expressão viva de alguém que reconhecia o sacerdócio como um chamado divino, e não apenas uma escolha humana. Ele nos recordava, em cada gesto, que o sacerdote é um canal da graça de Deus, chamado a ser as mãos e os pés de Cristo no mundo.
Vinte e dois anos depois de sua partida, é difícil não sentir o impacto contínuo de sua presença espiritual entre nós. Padre Aguiar vive em cada oração que elevamos, em cada momento de reflexão, em cada ato de bondade que praticamos. Ele vive na memória viva dos que o conheceram e nas histórias que perpetuam seu exemplo para as novas gerações. Ele não se foi completamente, pois o amor e o serviço que ele ofereceu continuam a ressoar nos corações daqueles que tiveram a graça de caminhar ao seu lado.
Hoje, recordamos sua Páscoa com gratidão e esperança. Gratidão por tudo o que ele foi e representa para nós, e esperança de que seu exemplo continue a inspirar não só sacerdotes, mas todos os fiéis a viverem com propósito e dedicação. Seu legado é um lembrete poderoso de que a verdadeira fé não se limita a palavras ou rituais, mas é revelada no cuidado com o próximo, na compaixão pelos necessitados e na entrega total a Deus.
Que a memória de Padre Aguiar continue viva em nossas ações, inspirando-nos a seguir seus passos de fé, amor e serviço. Que ele permaneça PRESENTE – hoje e sempre – em nossos corações e nas pequenas ações que transformam o mundo ao nosso redor. Afinal, sua Páscoa não foi o fim, mas um novo começo para todos nós que fomos tocados pelo seu exemplo.
Padre Aguiar, PRESENTE! Que seu legado nos guie, agora e sempre.