É com profunda indignação que, mais uma vez, testemunhamos as consequências de uma política marcada pela irresponsabilidade em Vitória da Conquista. O acidente ocorrido neste sábado na Avenida Presidente Vargas não é apenas mais um número nas estatísticas – é um retrato vivo do descaso que assola nossa cidade. Um lugar onde políticos parecem mais preocupados em sorrir para fotos do que em garantir a segurança da população.
A cena se repete como uma peça de teatro mórbida: nossos ilustres deputados, sorridentes e pomposos, posam para fotos em cerimônias de assinatura de obras. No entanto, assim que a cortina se fecha, eles desaparecem, deixando para trás obras intermináveis, buracos, acidentes e vidas despedaçadas. Onde estão agora esses mesmos políticos que se acotovelavam para aparecer nas fotos inaugurais?
A Avenida Presidente Vargas transformou-se em uma verdadeira armadilha urbana. Cada metro de asfalto inacabado, cada sinalização precária ou mal feita, carrega a marca da incompetência administrativa e do descompromisso. Enquanto um motociclista é socorrido às pressas, nossos representantes permanecem em seus gabinetes climatizados, distantes da realidade e protegidos das consequências de suas omissões.
É revoltante perceber que a fiscalização das obras públicas, um dever fundamental, foi substituída pela política do espetáculo. Eles aparecem na festa da assinatura do contrato, mas se ausentam na hora de cobrar prazos, qualidade e segurança. Essa negligência tem um preço, e, infelizmente, são os cidadãos que o pagam, muitas vezes com suas próprias vidas.
O silêncio ensurdecedor desses políticos diante de sucessivos acidentes é uma confissão de culpa. Cada dia de atraso nas obras, cada acidente evitável, cada transtorno causado à população é uma prova de que os interesses pessoais prevalecem sobre o bem comum. As obras públicas são tratadas como palanques eleitorais, e não como ferramentas de desenvolvimento e segurança.
É hora de dar nomes aos responsáveis e exigir prestação de contas. A população de Vitória da Conquista merece saber por que as obras se arrastam, por que a segurança viária é negligenciada e por que seus representantes permanecem mudos diante de tantos incidentes. O mandato político não pode ser um mero trampolim para promoção pessoal – ele carrega responsabilidades sérias e reais.
Precisamos transformar nossa indignação em ação. É fundamental que a sociedade civil se organize, que a imprensa exerça seu papel de vigilância e que os órgãos de controle cumpram sua função. Chega de descaso, chega da política do espetáculo. Vidas estão em jogo, e o preço da irresponsabilidade política já está alto demais.
A mensagem é clara, parlamentares: ou assumem suas responsabilidades e trabalham verdadeiramente pelo bem da cidade, ou deem lugar a quem se importa de fato com o bem-estar da população. Vitória da Conquista não precisa de políticos de fotografia – precisa de representantes que trabalhem com seriedade pela segurança e pelo desenvolvimento de nossa cidade.