Na última segunda-feira (25), um episódio ocorrido no Armarinho 13, tradicional loja de artigos de costura e artesanato localizada na movimentada Praça 9 de Novembro, em Vitória da Conquista, causou forte comoção e revolta nas redes sociais. Uma jovem negra, acusada de roubar miçangas por um funcionário do estabelecimento, relatou ter sido vítima de injúria racial durante a abordagem.
A jovem, cujo nome não foi divulgado, buscou o Disep (Distrito Integrado de Segurança Pública) para registrar uma queixa e, em vídeo amplamente compartilhado, detalhou o tratamento que classificou como discriminatório e humilhante. Segundo ela, ao entrar na loja com o objetivo de comprar materiais para confeccionar uma guia de Iemanjá, levou consigo algumas peças que já possuía para comparar com os produtos. No entanto, foi abordada de forma agressiva por um homem, que a acusou de roubo sem qualquer justificativa.
“Eu já estava sendo perseguida. Desde o momento que entrei na loja, ele veio direto dizendo para eu tirar as coisas da minha bolsa. Isso só acontece com pessoa preta”, desabafou a jovem no vídeo, visivelmente abalada.
A abordagem gerou indignação imediata nas redes sociais. Internautas manifestaram solidariedade à jovem, criticando a atitude do funcionário do armarinho e exigindo que o caso seja apurado pelas autoridades competentes. Em sua declaração, a jovem reforçou o desejo de que o episódio não seja ignorado: “Eu não quero que isso passe impune, eu não quero que outras pessoas sofram o que eu estou sofrendo.”
O caso foi destaque também no programa Bahia Meio Dia, da TV Sudoeste, nesta terça-feira (26). O Blog do Sena tentou contato com o Armarinho 13 para obter um posicionamento oficial, mas até o fechamento desta matéria, a loja não havia se pronunciado.
A situação expõe questões profundas de discriminação racial e preconceito ainda presentes na sociedade. Enquanto a comunidade virtual se une em apoio à jovem, espera-se que o episódio sirva como ponto de partida para debates sobre o racismo estrutural e a necessidade de ações concretas para combatê-lo.
Este caso não apenas escancara os desafios enfrentados pela população negra, mas também reforça a importância de denunciar e cobrar mudanças para garantir o respeito e a igualdade de direitos.