A educação é, sem dúvidas, uma das ferramentas mais poderosas de transformação social. E quando falamos em educação pública no Brasil, o nome de Anísio Teixeira surge como um dos mais relevantes e inspiradores. A recente aprovação, pela Comissão de Educação do Senado Federal, do projeto da deputada Alice Portugal que declara Anísio Teixeira como Patrono da Educação Pública Brasileira é uma homenagem justa e simbólica a um dos maiores visionários da nossa história educacional.
Anísio Teixeira, nascido em Caetité, Bahia, não foi apenas um educador brilhante. Ele foi um defensor incansável da democratização do ensino, acreditando que a educação deveria ser acessível a todos os brasileiros, independentemente de sua classe social, raça ou região. Em uma época de profundas desigualdades, ele via a educação como a chave para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e desenvolvida. Para ele, o ensino público de qualidade era o caminho mais direto para promover a cidadania, o progresso e a inclusão social.
O reconhecimento de Anísio Teixeira como Patrono da Educação Pública Brasileira não apenas celebra o homem que idealizou reformas fundamentais no sistema educacional do século XX, mas também reforça a importância de continuarmos lutando por uma educação pública forte e acessível. O projeto agora segue para sanção presidencial, e sua aprovação definitiva representará um marco histórico, não apenas para os educadores, mas para toda a sociedade que se beneficia de um sistema público de ensino robusto.
A trajetória de Anísio é marcada por sua dedicação às causas educacionais e pelo impacto transformador de suas ideias. Ele foi um dos pioneiros na defesa de uma escola pública, gratuita e laica, entendendo que a educação deveria ser universalizada como direito fundamental de cada cidadão. Suas contribuições foram determinantes para a criação de modelos educacionais que, ainda hoje, servem como base para o desenvolvimento das políticas de ensino no Brasil.
Infelizmente, a vida de Anísio Teixeira foi interrompida de maneira trágica pela ditadura militar, em 1971. Sua morte, oficialmente registrada como um “acidente”, foi na verdade mais um capítulo sombrio na repressão brutal que vitimou intelectuais, artistas e ativistas durante aquele período. Ainda assim, seu legado resistiu e continua vivo, inspirando gerações de educadores e gestores que acreditam no poder da escola pública para transformar o país.
Anísio era tio de Haroldo Lima, outro grande defensor das causas democráticas e da educação. Sua luta, tanto pessoal quanto familiar, reflete o compromisso inabalável com a defesa dos direitos fundamentais do povo brasileiro. A educação, para Anísio, nunca foi um privilégio, mas um direito inalienável que deveria ser garantido a cada criança e jovem. Sua visão de escola pública, integrada e de qualidade, tem sido uma luz a guiar políticas educacionais progressistas, desde a criação das primeiras escolas experimentais, até os debates contemporâneos sobre o acesso e a qualidade do ensino.
Ao declararmos Anísio Teixeira como Patrono da Educação Pública Brasileira, estamos não apenas honrando sua memória, mas reafirmando a necessidade de fortalecer a escola pública como um pilar da nossa sociedade. Em tempos de tantos desafios para a educação, com cortes de verbas, precarização do ensino e tentativas de deslegitimar a escola pública, lembrar da importância do legado de Anísio é também um chamado à ação. Precisamos continuar defendendo uma educação pública de qualidade, acessível a todos, e entendê-la como a maior ferramenta para garantir um futuro mais justo e inclusivo.
Viva Anísio Teixeira! Que sua memória inspire, e seu legado se fortaleça em cada sala de aula, em cada escola, e em cada decisão que vislumbre uma educação mais democrática e transformadora para todos os brasileiros.