Neste domingo, o Papa Francisco celebra seu 87º aniversário, marcando o fim de um ano intenso, repleto de desafios e conquistas notáveis. Em um período que iniciou com o funeral de seu antecessor, Bento 16, Francisco enfrentou uma série de embates e marcos significativos, moldando o curso de 2023.
O ano começou com a despedida de Bento 16 em janeiro, encerrando um período peculiar de coexistência de dois papas no Vaticano. A partir desse momento, Francisco intensificou seu ativismo diplomático pela paz e promoveu mudanças na Cúria Romana, demonstrando sua determinação em liderar a Igreja Católica em tempos desafiadores.
Além disso, o Papa nomeou o maior número de cardeais de seu pontificado, reforçando sua influência no Colégio Cardinalício. Suas cinco viagens internacionais, duas internações hospitalares e uma cirurgia não abalaram seu comprometimento com a causa religiosa e social.
O Papa também enfrentou adversidades, incluindo ataques políticos na Argentina e até mesmo uma manipulação de sua imagem por meio da inteligência artificial. Ao denunciar tais ações, ele reiterou a necessidade de regulamentação global sobre tecnologia, destacando sua postura proativa diante dos desafios modernos.
No décimo ano de seu pontificado, Francisco revelou sua disposição inabalável ao confrontar a feroz oposição de setores ultraconservadores do clero, especialmente nos Estados Unidos. A morte de Bento 16 e sua própria saúde frágil serviram como catalisadores para sua atitude combativa.
Julho marcou um ponto crucial, com a nomeação de Víctor Manuel Fernández como prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, indicando uma orientação mais contemporânea e dialogante. A escolha de 21 novos cardeais reforçou a determinação de Francisco em moldar o futuro da Igreja, preparando-a para seu sucessor.
O Sínodo dos Bispos e a resposta pública do Papa a questionamentos conservadores demonstram sua disposição em lidar com temas controversos, como a bênção a casais do mesmo sexo. Essa postura desafiadora reflete sua assertividade diante de desafios internos à Igreja.
À medida que 2023 se encerra, surge a perspectiva de um conclave no Vaticano, evidenciando a lucidez de Francisco sobre sua própria finitude. Suas orientações para um funeral mais simples e o desejo de ser sepultado fora do Vaticano ressaltam sua humildade e pragmatismo.
Contudo, dúvidas pairam sobre o quanto do dinamismo visto em 2023 se manterá em 2024, dado sua idade avançada e saúde frágil. A agenda de viagens, elemento central de seu pontificado, poderá sofrer ajustes. A incerteza sobre futuras conquistas contrasta com a certeza de que Francisco continuará a moldar o curso da Igreja Católica enquanto enfrenta os desafios da velhice com serenidade e sabedoria.