Política e Resenha

ARTIGO – O ambientalismo ideológico – A Reação do Senado (Padre Carlos)

 

 

 

 

É com um misto de indignação e profunda preocupação patriótica que venho denunciando à paralisia imposta à exploração da Margem Equatorial brasileira, uma das maiores promessas para o futuro energético e econômico do nosso país. E, infelizmente, não há como fugir do óbito: a principal responsável por esse entrave, por essa verdadeira inercia ao nosso próprio potencial, tem nome e sobrenome.

Uma narrativa de um ambientalismo ideológico que se sobrepõe a qualquer senso de realidade e urgência nacional é um desserviço inaceitável ao Brasil. Enquanto nações vizinhas, com geologia semelhante na mesma faixa litorânea, como Guiana e Suriname, avançando a passos largos na exploração de suas riquezas petrolíferas, desenvolvendo suas economias e garantindo prosperidade para suas populações, ficamos presos em um labirinto burocrático e em uma retórica que beira o atraso.

A Margem Equatorial não é apenas mais uma jazida de petróleo; é um tesouro que representa a chave para nossa soberania energética e para um salto qualitativo no desenvolvimento econômico do Brasil. Especialistas estimam que o potencial dessa região possa ser equiparado ao nosso pré-sal, com reservas capazes de gerar centenas de bilhões de reais em royalties e impostos, criando milhões de empregos diretos e indiretos, especialmente nas regiões do Norte e Nordeste que clamam por desenvolvimento.

A Ação do Ministério e a Reação do Senado: Um Novo Marco para o Licenciamento

A forma intransigente com que projetos fundamentais para o nosso desenvolvimento foram tratados pelo Ministério do Meio Ambiente não poderia ficar sem uma evidência. A inação, a burocracia excessiva e a imposição de barreiras ideológicas a um projeto de tamanho calibre lançaram um alerta em outras esferas do poder. É uma dinâmica clássica: toda ação gera uma ocorrência.

No início do mês, como resposta direta a essa paralisia, duas importantes comissões do Senado Federal aprovaram um projeto que flexibiliza as regras para o licenciamento ambiental e cria um novo marco para a regularização de atividades econômicas. Essa entrega legislativa é um claro sinal de que o Congresso Nacional não está disposto a assistir passivamente ao engajamento do nosso progresso em nome de uma pauta que, por vezes, parece desconectada da realidade e urgência das urgências nacionais.

O Impacto Negativo para a Soberania Nacional e o Desenvolvimento

O que está em jogo aqui é a própria soberania nacional. Negar ao Brasil a capacidade de explorar seus próprios recursos naturais do Brasil é aceitar, passivamente, que nossa segurança energética fique à mercê de eventos externos e que deixemos de lado uma oportunidade histórica de fortalecer nossa matriz energética e diversificar nossa economia. O discurso de que “o petróleo vai acabar” não pode ser uma desculpa para o abandono de um recurso que ainda será vital por décadas, especialmente em um cenário de transição energética que exige investimentos sólidos. O dinheiro que viria da Margem Equatorial poderia e deveria ser usado para financiar essa transição, para investir em energias renováveis, para educar nossas crianças e para construir um futuro mais próspero para as próximas gerações.

A postura de determinado ministério, pautada por um radicalismo que ignora a realidade geológica, a tecnologia avançada da Petrobras – reconhecida mundialmente por sua expertise em águas profundas e pela segurança de suas operações – e, principalmente, o interesse do povo brasileiro, é um freio inaceitável. O licenciamento ambiental, embora crucial, não pode ser um instrumento de veto ideológico. A Petrobras apresentou todos os estudos e protocolos de segurança necessários, e só agora depois da mobilização dos senadores é que esta agencia permitiu de forma tímida uma pesquisa exploratória, mas como dizem os portugueses: “agora Inês é morta”.

O Futuro das Próximas Gerações em Jogo

Estamos condenando o futuro das próximas gerações ao atraso e à dependência. Milhões de brasileiros poderiam ter suas vidas transformadas por essa riqueza, por empregos dignos, por mais oportunidades em saúde e educação. No entanto, uma visão estreita e, ousamos dizer, nada-patriótica, de um setor do governo estava impedindo que o Brasil deslanchasse.

É hora de questionar: a quem serve essa indecisão? Quem ganha com o Brasil deixando de lado uma chance tão grandiosa? Certamente não é o povo brasileiro. É fundamental que as vozes do desenvolvimento, da ciência e da soberania se levantem e exijam que o bom senso prevaleça. A Margem Equatorial não é um capricho; não é uma questão de direita ou de esquerda: é uma necessidade. E o Brasil não pode mais ser refém de um ambientalismo ideológico que ignora as urgências e as aspirações de nossa nação.

A Petrobras está pronta, a tecnologia existe, e o potencial é imenso. O que nos falta é uma coragem política para tomar a decisão correta e, de uma vez por todas, destrancar o futuro do Brasil. Será que a pressão do Senado será suficiente para quebrar essa paralisia e permitir que o Brasil avance na direção ao seu potencial?