A catequese é frequentemente vista como um processo de transmissão de conhecimentos religiosos, uma espécie de “aula” sobre a doutrina cristã. No entanto, essa percepção é limitada e incompleta. A catequese, em sua essência, é muito mais do que a simples passagem de informações; é um encontro pessoal com Jesus Cristo, a própria Palavra encarnada.
Quando refletimos sobre o papel do catequista, não podemos reduzir sua função a um mero transmissor de verdades teológicas. O catequista é, acima de tudo, um missionário que comunica a vida de Cristo, não apenas com palavras, mas com a própria vida. É alguém que, tocado pelo amor de Deus, deseja compartilhar essa experiência transformadora com os outros.
O Papa Francisco, ao instituir o Dia do Catequista, destacou a importância de sermos fiéis à tradição, mas sem perder de vista a necessidade de responder aos desafios do presente. Vivemos em tempos onde a informação é abundante, mas a experiência de encontro com o divino é cada vez mais rara. Nesse sentido, o catequista é chamado a ser uma ponte entre a tradição milenar da Igreja e as novas gerações, que anseiam por algo que dê sentido à vida.
O ensinamento cristão não é uma mera repetição de dogmas antigos, mas um testemunho vivo de uma fé que permanece sempre jovem. A mensagem de Jesus nunca envelhece porque ela fala diretamente ao coração humano, onde quer que ele esteja, em qualquer tempo ou cultura. Por isso, o desafio dos catequistas hoje é grande: comunicar essa mensagem eterna de maneira que ela toque o coração dos jovens, das famílias, das comunidades.
Os pais, como primeiros catequistas, têm uma responsabilidade ímpar. São eles que introduzem seus filhos na cultura da fé, que os ensinam a caminhar nos passos de Jesus. E essa missão não pode ser terceirizada; é uma responsabilidade que nasce no coração do lar. Quando os pais seguram as mãos dos filhos e lhes falam sobre Jesus, estão plantando sementes de fé que podem crescer e florescer ao longo da vida.
Gostaria de lembrar aos Bispos Padres e Responsáveis pela iniciação Cristã da necessidade de atualização na catequese. O conteúdo da fé é imutável, mas as formas de transmiti-lo devem acompanhar as mudanças culturais e tecnológicas do nosso tempo. A catequese precisa dialogar com o mundo contemporâneo, usando as ferramentas e linguagens que tocam as pessoas de hoje, sem jamais diluir a profundidade do Evangelho.
Ao celebrarmos o Dia do Catequista, somos convidados a renovar nosso compromisso com a missão evangelizadora da Igreja. Que a Virgem Maria, a grande catequista, interceda por todos aqueles que dedicam suas vidas a comunicar a fé. E que nós, enquanto comunidade, possamos apoiar e fortalecer este belo serviço, sabendo que, ao catequizar, estamos oferecendo ao mundo o maior tesouro que temos: o próprio Jesus Cristo.
Que essa reflexão inspire não apenas os catequistas, mas todos os cristãos, a assumirem com mais fervor a missão de ser testemunhas vivas do amor de Deus, transformando o mundo à luz da fé.