Política e Resenha

ARTIGO – A Diáspora dos Eleitores e o Mistério da Redução Eleitoral em Belo Campo (Padre Carlos)

 

 

 

 

“Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar.” Mas e quando o assunto é tão bizarro que simplesmente não se cala? É o que nos provoca o filósofo Wittgenstein ao refletirmos sobre Belo Campo, o município onde eleitores aparentemente desapareceram como num truque de mágica mal ensaiado.

Imaginem só: o IBGE nos diz que a população cresceu, passando de 17.013 para 18.412 habitantes de 2020 a 2024. E aí você pensa: “Uau, mais gente para votar!” Só que não. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), em uma reviravolta digna de novela mexicana, revela que o número de eleitores aptos a votar despencou. Em 2020, Belo Campo contava com 16.140 eleitores. Agora, em 2024, o número caiu para 15.121. Isso mesmo, 1.019 eleitores evaporaram! Se fossem turistas, já estaria rolando uma minissérie investigativa sobre o paradeiro desse pessoal.

Vitória da Conquista, a prima rica ali perto, viu o eleitorado crescer 11,5% no mesmo período. E Belo Campo? Ah, meus amigos, Belo Campo decidiu que números lineares são coisa do passado. A hipótese mais comentada por aí é que os eleitores se cansaram da tranquilidade da cidade e foram em busca de emoções em outras paragens, provavelmente em Conquista, onde os radares, a fiscalização eletrônica e o trânsito travado garantem mais adrenalina.

Agora, a eleição de 2024 está batendo à porta com três candidatos de olho na prefeitura: Neto Fidelis (PSD), que recebe tapinhas nas costas do atual prefeito Quinho; Nelson de Zuca (PSB), que promete novidade; e Néu de Santa (União), cujo nome já traz um charme caseiro, remetendo àqueles almoços de domingo. Mas, no fim das contas, todos eles provavelmente estão se perguntando a mesma coisa: onde diabos foram parar os eleitores?

Esse mistério ainda não tem resposta clara, mas, enquanto não aparece um Sherlock Holmes eleitoral, a cidade segue observando e, claro, calada.