(Padre Carlos)
Nesta quarta-feira, 22 de maio, uma cena política promissora se desenhará em Vitória da Conquista: presidentes de Câmaras Municipais e lideranças da Região Sudoeste da Bahia se reúnem no Hotel Esplendor para discutir um passo estratégico rumo ao futuro — a consolidação da Região Metropolitana do Sudoeste.
Não é apenas mais um evento. É o prenúncio de uma nova mentalidade regional, onde a velha lógica de rivalidades e isolamento entre os municípios cede espaço a uma visão integradora, solidária e desenvolvimentista. A presença da prefeita Sheila Lemos e de figuras de peso da política municipal sinaliza que os ventos estão mudando. E que talvez, enfim, compreendamos que a Bahia interiorana não pode mais esperar sentada enquanto o litoral dita o ritmo do progresso.
O Brasil, infelizmente, tem sido marcado por metrópoles inchadas, desiguais e muitas vezes desordenadas. A proposta da Região Metropolitana do Sudoeste é, no fundo, uma tentativa de fazer diferente. Ao invés de esperar o colapso urbano, antecipa-se o planejamento. A união dos municípios não é apenas uma formalidade administrativa — é uma chance concreta de viabilizar políticas públicas integradas em áreas cruciais: mobilidade, saúde, educação, meio ambiente e desenvolvimento econômico.
A criação de uma instância metropolitana na região não será mágica, nem imediata. Mas ela tem o potencial de redefinir prioridades, atrair investimentos, facilitar projetos comuns e dar voz coletiva ao interior baiano, tantas vezes esquecido nas discussões de cúpula.
Contudo, é preciso cuidado. A institucionalização da Região Metropolitana não pode se tornar um jogo de vaidades políticas ou uma simples formalidade cartorial. Ela exige maturidade política, capacidade técnica e, sobretudo, espírito público. Sem isso, teremos apenas um novo nome para os velhos problemas.
O encontro do dia 22 é histórico, mas será ainda mais relevante se for o ponto de partida de uma construção contínua e participativa. Que os legisladores se vejam como arquitetos de um novo tempo e não apenas como testemunhas ocasionais de uma solenidade. Que ouçam as demandas populares, pensem em soluções conjuntas e tracem metas realistas.
O Sudoeste da Bahia tem força, história e identidade próprias. Não queremos ser satélites distantes de Salvador nem caricaturas de outras metrópoles. Precisamos ser, com orgulho, uma nova centralidade do desenvolvimento baiano. E isso só será possível se a política se colocar a serviço da coletividade e da inteligência estratégica.
A hora de virar a chave é agora. O evento do dia 22 pode ser o primeiro capítulo de uma história que, se bem escrita, transformará não apenas o mapa político da Bahia, mas sobretudo a vida de milhares de cidadãos que acreditam em um futuro mais justo, articulado e promissor para nossa região.