Política e Resenha

ARTIGO – A Imprensa Alternativa na Ditadura: Vozes de Resistência e Luta pela Verdade (Política e Resenha)

 

 

 

Durante a ditadura militar no Brasil, um período marcado pela censura implacável e pela repressão, os jornais alternativos surgiram como veículos de resistência, sendo uma das únicas formas de expressão e informação genuína que contrariavam o discurso oficial. O controle rígido sobre a grande mídia deixou a sociedade sedenta por uma visão menos parcial da realidade, e foi nesse contexto que jornais como Movimento e Opinião conquistaram um papel histórico, revelando abusos e expondo as contradições do regime.

A Origem e Importância dos Jornais Alternativos

A criação de veículos como Opinião, fundado por Fernando Gasparian, e Movimento, liderado por Raimundo Pereira, não foi apenas um ato de coragem, mas uma resposta direta à omissão das grandes empresas de comunicação, que em sua maioria se acomodaram frente à censura e aos interesses do regime. Essas publicações, apesar de modestas em tiragem e estrutura, uniram forças de várias frentes oposicionistas, como estudantes, intelectuais e jornalistas independentes, que queriam expor as consequências da violência do Estado e denunciar o esfacelamento dos direitos civis.

Esses jornais alternativos se tornaram a única fonte de informações confiáveis sobre a realidade política e social do país, divulgando desde casos de tortura até questões sociais, como a fome e a desigualdade. Em uma edição de Movimento, por exemplo, o repórter Teodomiro Braga relatou a situação de fome no Brasil, destacando as falhas do Plano Nacional de Alimentação e Nutrição (Planan), e criticando empresas como a Nestlé pela baixa qualidade de seus produtos​