(Padre Carlos)
Hoje estava pensando como o mundo dá voltas. Lembro que alguns vereadores da oposição aqui de Vitória da Conquista votaram contra o empréstimo de R$ 160 milhões solicitado pela prefeita Sheila Lemos (União Brasil) junto ao FINISA III, destinado a obras de infraestrutura e saneamento. Curiosamente, esses mesmos parlamentares permanecem em silêncio diante dos sucessivos pedidos de empréstimos feitos pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), que já somam mais de R$ 6 bilhões em 16 meses de gestão, com diversos projetos aprovados pela Assembleia Legislativa da Bahia. Enquanto escrevia este artigo, mais um pedido de empréstimo do governador Jerônimo Rodrigues (PT), estava sendo realizado, dessa vez no valor de R$ 600 milhões, foi aprovado pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), nesta terça-feira (6). Esse é o 16º empréstimo pedido pelo governador a ser autorizado pela Casa.
Será que, se Jerônimo fosse prefeito de Vitória da Conquista, sua bancada votaria favoravelmente a uma quantidade semelhante de empréstimos? A discrepância nas posturas revela que interesses partidários frequentemente se sobrepõem às necessidades da população. A política, nesse contexto, torna-se um palco para disputas eleitorais, onde o mérito das propostas é eclipsado pela busca de capital político.
É imperativo que a sociedade exija coerência e transparência de seus representantes, independentemente de filiações partidárias. Empréstimos públicos devem ser avaliados com base em sua viabilidade, impacto social e responsabilidade fiscal, não em conveniências políticas.
A construção de uma cultura política mais ética e comprometida com o bem comum depende da vigilância e participação ativa dos cidadãos. Somente assim será possível transformar a política em um verdadeiro instrumento de desenvolvimento social, livre de hipocrisias e alinhado aos interesses da coletividade.