Política e Resenha

ARTIGO – A Trajetória Perigosa da Ambição: Bocardi, Globo e o Quebra de Confiança

 

 

 

A missão de Rodrigo Bocardi da Globo, após descobrir que ele teria auferido quase R$ 800 mil com serviços prestados ao Bradesco sem o conhecimento da emissora, abre um debate incisivo sobre ética e responsabilidade na mídia. Durante seis anos, o ex-jornalista se beneficiou de uma situação que evidenciou um colapso na barreira que deveria separar interesses pessoais de integridade jornalística.

Documentos obtidos pela Folha de S.Paulo revelam que, entre 2017 e 2023, Bocardi atuou como consultor, ministrou media training e especificações eventos para uma instituição financeira de grande porte, emitindo notas fiscais de empresas a ele ligadas. Essa prática, claramente em desacordo com o código de ética do Grupo Globo, demonstra um comprometimento duvidoso com os preceitos que deveriam nortear a atuação de um profissional de comunicação.

O episódio nos obriga a refletir sobre a fragilidade dos mecanismos internos de controle das grandes organizações de mídia. A situação transcende o âmbito individual e lança luz sobre os riscos indiretos à mistura entre jornalismo e interesses econômicos. Em um ambiente onde a linha entre informação e entretenimento, autonomia e interesses comerciais, torna-se cada vez mais tênue, casos em que isso corroem a confiança do público e desestabilizam a revisão das instituições.

Portanto, o episódio de Bocardi serve como um alerta para a necessidade de revisões profundas nas práticas de governança corporativa e na implementação de medidas que garantam a transparência absoluta em todas as relações comerciais. A preservação da ética jornalística é indispensável para que a mídia continue a cumprir seu papel de pilar da democracia e da formação de uma opinião pública crítica e bem informada.

Padre Carlos