A vida como legado: Salvador Santos e a farmácia da memória
(Padre Carlos)
A notícia do falecimento de Salvador Santos, aos 94 anos, nos convida a refletir sobre a grandeza das vidas que, longe dos holofotes, constroem comunidades inteiras com trabalho, ética e dedicação. Em Vitória da Conquista, Seu Salvador não foi apenas um farmacêutico; ele foi um guardião da saúde, um conselheiro e um símbolo de cuidado humano nas históricas Farmácia Lia e Farmácia Lima.
Seu trabalho ultrapassava a entrega de medicamentos. Para muitos, ele era a voz tranquila que acalmava, o sorriso que transmitia confiança, a mão estendida em momentos de necessidade. A farmácia, em sua essência, é um espaço de cura e encontro, e Salvador Santos compreendia essa dimensão como poucos. Seu nome será sempre associado à confiança que inspirou em gerações de conquistenses que passaram por suas mãos experientes.
Aos 94 anos, Salvador deixa mais do que filhos, netos e bisnetos; deixa um legado de respeito e serviço. Como morador do Conjunto Habitacional URBIS II e, posteriormente, da URBIS IV, ele também fez parte da história social de Vitória da Conquista, construindo vínculos e contribuindo para a formação de uma comunidade solidária e unida.
O luto por seu falecimento nos lembra a importância de celebrar vidas como a dele. Pessoas como Salvador Santos são alicerces silenciosos de cidades como Vitória da Conquista. Suas ações cotidianas, muitas vezes invisíveis para além do círculo imediato, constroem a confiança em instituições e serviços que nos sustentam como sociedade.
Ao se despedir no Cerimonial San Marcos, próximo ao Hospital São Vicente de Paulo, e ao ser sepultado no Cemitério Parque da Cidade, Salvador é acompanhado pelo reconhecimento de uma cidade que agradece por sua dedicação e humanidade. Que ele descanse em paz, e que sua memória permaneça viva em cada história contada por aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
A saudade será inevitável, mas o legado de Salvador Santos será eterno.