(Padre Carlos)
O Advento nos convida a olhar para o horizonte com os olhos da fé, ancorados em uma esperança que não é ilusória, mas viva e concreta. Este tempo litúrgico, que inaugura o ano da Igreja, prepara os cristãos para o Natal do Senhor, recordando que a verdadeira esperança nasce de Cristo, o Deus que se fez homem para salvar a humanidade.
Como bem afirmou o Papa Bento XVI, o Advento não é apenas um tempo de expectativa, mas de redescoberta. É o momento propício para reafirmarmos que nossa esperança está enraizada em um Deus que é ativo, amoroso e presente em nossa história. Ele não é distante ou inacessível, mas caminha ao nosso encontro, renovando nossa vida e fortalecendo a nossa fé.
Vivemos em um mundo que promete esperanças vazias: o consumismo desenfreado, a exibição exagerada nas redes sociais, as falsas garantias de autossuficiência. Tudo isso apenas alimenta o vazio interior. No entanto, o Advento nos ensina que a única esperança verdadeira é aquela que está em Deus. Somente Ele pode preencher os anseios mais profundos do coração humano.
A liturgia deste período nos lembra da simplicidade de Deus, que escolheu vir ao mundo na forma de uma criança. Esse gesto nos desafia a valorizar o que é simples, a reavaliar nossas prioridades e a viver com humildade. O menino Jesus nos ensina que a grandeza está na simplicidade e que o essencial é invisível aos olhos.
Neste tempo, o Papa Francisco nos convida a buscar a inspiração do Espírito Santo, que age diariamente em nossos corações. Ele nos recorda que o Senhor vem constantemente, não apenas no Natal ou no fim dos tempos, mas em cada instante em que abrimos nosso coração para acolher sua graça.
O Advento é, portanto, uma oportunidade de mudança. Que tal dedicar este período para olhar além de nós mesmos e servir aos nossos irmãos mais necessitados? Visitar os pobres, acolher os idosos e praticar gestos concretos de amor são formas de preparar o caminho do Senhor em nossas vidas e comunidades.
Que Nossa Senhora, a Mãe da Esperança, nos guie neste tempo de preparação, ajudando-nos a vivenciar o Advento como um momento de transformação espiritual e solidariedade. Assim, poderemos celebrar o Natal não apenas como uma data festiva, mas como a renovação da nossa fé no Deus que é Emmanuel, Deus conosco.