Na recente entrevista ao Jornal Correio da Bahia, a prefeita Sheila Lemos, de Vitória da Conquista, lançou um alerta que ressoa forte num país marcado por desafios econômicos e políticos. Segundo ela, os anos de 2025 e 2026 trarão consigo uma crise acentuada, refletida na dificuldade de manter o poder de compra da população e na pressão sobre a arrecadação dos municípios. A prefeita, ao afirmar que “não vê uma luz no final do túnel do governo Lula”, aponta para um cenário onde a combinação de uma gestão ineficiente e uma conjuntura econômica adversa coloca em xeque a continuidade de políticas que, porventura, poderiam reverter essa situação.
As críticas se estendem à própria liderança, sugerindo dúvidas quanto à disposição do presidente em buscar a reeleição, especialmente considerando sua idade e os desafios enfrentados pela administração. Essa visão, ainda que pessimista, é sintomática de uma insatisfação que vai além da esfera política, alcançando o cotidiano dos cidadãos, que sentem nos supermercados e nas contas do mês o peso de uma economia em declínio. A reflexão que se impõe, portanto, não é apenas sobre a condução do governo, mas sobre a necessidade urgente de repensar estratégias que garantam uma retomada sustentável e a preservação do bem-estar social.
É nesse contexto que se evidencia a importância de um debate profundo e construtivo, capaz de transcender a polarização e oferecer caminhos viáveis para a superação da crise. Se, por um lado, o descompasso entre as expectativas e a realidade administrativa acarreta desafios enormes, por outro, ele pode ser o ponto de partida para uma mobilização que convoque gestores e cidadãos a buscar alternativas inovadoras e responsáveis. Em tempos de incerteza, a crítica fundamentada deve se transformar em uma oportunidade de reconstruir a confiança nas instituições e de reafirmar o compromisso com o desenvolvimento e a justiça social.
(Padre Carlos)