Hoje pela manhã, ao ler um artigo de meu amigo Lucas Batista, fui tomado por profunda indignação diante das declarações do Ministro Antonio Saldanha, do STJ, sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em seu texto, Lucas denunciava a falta de sensibilidade e a postura desrespeitosa do ministro, que se referiu ao autismo como um “problema” e às clínicas de tratamento como um “passeio na floresta”. Essas palavras, além de minimizarem as lutas das famílias que convivem com o TEA, refletem uma desconexão preocupante com a realidade enfrentada por quem vive diariamente os desafios dessa condição.
O texto de Lucas Batista expressa, com justiça e indignação, o sentimento de milhares de famílias que convivem diariamente com os desafios do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Suas palavras ecoam a dor e o cansaço de quem luta, em um país repleto de obstáculos, por diagnósticos, tratamentos e respeito. Diante das declarações do Ministro Antonio Saldanha, do STJ, que tratou o autismo como um “problema” e as clínicas de tratamento como um “passeio na floresta”, é impossível não nos sentirmos indignados.
O ministro, com essas palavras, não apenas revelou uma falta de empatia, mas também reforçou a invisibilização de uma condição que exige atenção e políticas públicas sérias. As famílias que enfrentam o TEA não encontram florestas acolhedoras em sua jornada; encontram, na verdade, espinhos e abismos. O diagnóstico, que deveria ser um direito básico, é muitas vezes tardio. As terapias, fundamentais para o desenvolvimento das crianças, são inacessíveis para grande parte da população devido aos altos custos e à insuficiência dos serviços públicos de saúde.
Lucas Batista, em seu texto, acerta ao apontar que o gabinete do ministro talvez seja o verdadeiro “passeio na floresta”. Lá, a realidade das famílias que vivem com o autismo parece ser uma abstração distante, um eco abafado por paredes de mármore e decisões burocráticas. É inadmissível que uma autoridade do Poder Judiciário, cuja função é zelar pelos direitos e pela justiça, desconsidere o peso das palavras e o impacto que estas têm sobre uma luta já tão árdua.
O autismo não é um “problema” no sentido simplista e reducionista usado pelo ministro. É uma condição que exige compreensão, respeito e, acima de tudo, comprometimento. Reduzir a importância das clínicas de tratamento, que muitas vezes são o único porto seguro para famílias em desespero, é ignorar o trabalho árduo de profissionais dedicados e a esperança de pais que lutam por um futuro digno para seus filhos.
Lucas Batista nos lembra, com sua firmeza, que o debate sobre o TEA deve ser pautado pela empatia e pelo compromisso com a inclusão. A sociedade brasileira precisa, urgentemente, de políticas públicas que garantam o acesso universal a diagnósticos e terapias. Mais do que isso, precisamos de uma mudança cultural que valorize a diversidade e acolha as diferenças, não como “problemas”, mas como parte da riqueza humana.
As palavras do ministro Antonio Saldanha foram, no mínimo, infelizes. Que ele aproveite este momento de crítica e indignação para refletir, aprender e, quem sabe, usar sua posição para apoiar causas que realmente façam diferença na vida das pessoas. A luta das famílias com TEA é uma luta de todos nós. Que não permitamos que discursos insensíveis obscureçam a importância dessa causa.
Lucas Batista está certo: o que precisamos não é de floresta, mas de pontes que unam, acolham e incluam. Que essa indignação sirva de impulso para avançarmos em direção a um Brasil mais empático, humano e inclusivo.