Assistimos, mais uma vez, a um espetáculo de pré-julgamento montado pela imprensa nacional. O alvo da vez é o ministro Carlos Lupi, acusado sem que se tenha, até o momento, provas públicas suficientes para embasar uma condenação moral.
É fundamental ressaltar que as investigações em curso partiram da denúncia do próprio governo federal, conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. Foram essas instituições republicanas que agiram e não a oposição ou a mídia. Isso por si só já demonstra que não há, a priori, tentativa de acobertamento.
A principal voz que acusa Lupi, uma ex-gestora da administração anterior, afirma ter feito alertas. Mas onde estão as evidências? Relatórios? Memorandos? Registros formais? Em tempos de comunicação digital e protocolos públicos, qualquer denúncia séria deveria ter deixado rastros claros.
Carlos Lupi precisa se explicar, claro. Mas não podemos aceitar que manchetes se transformem em sentenças. Antes de julgá-lo, o mínimo que se exige é a escuta, a análise serena dos fatos e o respeito ao devido processo.
Perguntemo-nos: a quem interessa enfraquecer um partido histórico como o PDT? Quem ganha com o desgaste de um governo que não hesitou em acionar seus próprios mecanismos de controle? A resposta pode não ser simples, mas a dúvida, por si só, já deveria frear o linchamento precipitado.
Em tempos de fake news e manipulação política, o compromisso com a verdade exige paciência, responsabilidade e, sobretudo, prudência.