(Padre Carlos)
A goleada sofrida pelo Bahia diante do Fortaleza na última noite de sábado (21), pela Série A do Brasileirão, trouxe à tona uma lição dolorosa para a equipe tricolor: falta-lhe um matador. Marinho, atacante do Fortaleza, foi a personificação do que o Bahia tanto precisa — alguém capaz de traduzir a posse de bola e o toque refinado em gols. Ao marcar dois tentos na vitória contundente, o atacante mostrou que de nada adianta dominar a partida no meio de campo, fazer tabelas e rodar a bola com excelência, se o principal objetivo do futebol, o gol, não é alcançado.
O Bahia, é verdade, pode ter um dos melhores toques de bola do campeonato. Seus números de passes completos e domínio territorial são invejáveis, mas há uma lacuna gritante: falta quem finalize, falta quem tenha a frieza de um Marinho. E aqui não falo apenas de técnica, mas de algo intangível e quase poético — a capacidade de estar no lugar certo, na hora certa, e de transformar oportunidades em resultados concretos.
A torcida do Bahia, apaixonada e vibrante, sofre com esse vazio. Fica aquela sensação de “se tivéssemos um Marinho, a história seria outra”. O futebol não se faz apenas com beleza e domínio; faz-se com gols, com o êxtase de ver a rede balançar. E é aí que o Fortaleza, com sua estrela em campo, mostrou ao Bahia o que realmente falta para que o trabalho bem feito do meio para trás seja coroado com vitórias.
Fica um amargo gostinho de inveja, de querer um Marinho para chamar de seu. Aquele atacante que, com instinto e frieza, carrega nos pés a solução para os lances que parecem perdidos. O Bahia precisa, com urgência, de alguém que entenda que o futebol é mais do que arte — é eficácia. É isso que separa uma equipe competitiva de uma equipe vencedora. E nesse sábado, o Fortaleza foi o vencedor claro, não apenas pelo placar, mas pela lição de finalização que deu ao rival.
Que o Bahia, com seu toque de bola admirável, encontre logo sua peça faltante, ou continuará colecionando partidas bonitas, mas ineficazes. O futebol é cruel assim.