Na fictícia cidade de Santa Esperança, um curioso fenômeno político tem dado o que falar. Durante anos, um político local passou praticamente despercebido, mantendo-se em cargos públicos, mas sem deixar rastro nas redes sociais ou nos eventos comunitários. Seu nome era pouco mencionado, e sua presença era quase invisível. No entanto, agora, com a perspectiva de anulação dos votos da prefeita e a possibilidade de uma nova eleição, ele ressurgiu com uma energia incomum, surgindo em todos os cantos da cidade.
Para muitos moradores, é surpreendente e um tanto cômico abrir as redes sociais e encontrar o “eterno candidato” em todo tipo de evento — até mesmo em festividades das quais jamais participou no passado. Seja um encontro cívico, uma festa de bairro ou até uma celebração infantil, o político aparece sorridente, pronto para a próxima foto. Em Santa Esperança, comenta-se até que se houver uma “festa de boneca”, lá estará ele, como se sua presença nunca tivesse faltado antes.
Mas qual seria a razão para essa súbita transformação? A resposta parece clara: ele aposta suas fichas em uma nova eleição e acredita que essas aparições constantes possam reviver sua imagem e cativar os votos necessários. Contudo, em uma cidade como Santa Esperança, onde a comunidade é atenta e crítica, essa “presença de última hora” soa mais como uma jogada desesperada do que como um compromisso genuíno.
O tempo, esse implacável juiz, é cruel com aqueles que ignoram seu peso. Enquanto o “eterno candidato” se mantinha distante, o mundo avançava, a política se transformava e os eleitores amadureciam. As pessoas em Santa Esperança notam agora sua aparição repentina, mas muitos se perguntam: onde ele esteve antes? Por que somente agora, às vésperas de uma eleição, ele decide se aproximar da comunidade?
Para aqueles que conhecem bem Santa Esperança, o eleitorado é esperto e sabe diferenciar presença autêntica de oportunismo. E quando a falta de compromisso fica tão evidente, a conta dessa ausência é cobrada de forma ainda mais pesada. Os eleitores podem até apreciar a presença do candidato nas festas e eventos, mas não esquecem os anos de distanciamento.
O “eterno candidato” tem, agora, um grande desafio. Sua presença repentina pode até ser notada, mas reconquistar a confiança de quem foi deixado para trás é um caminho árduo. Pois, em Santa Esperança, o tempo cobra caro daqueles que, um dia, esqueceram do povo. E, se há uma lição que esse personagem fictício pode aprender, é que o eleitor pode até perdoar, mas jamais esquece quem esteve ausente quando mais precisava.