Política e Resenha

ARTIGO – O Golpe de Misericórdia Contra Ednaldo (Padre Carlos)

 

 

É com tristeza e indignação que recebo esta notícia. Como dizia um antigo presidente: “As forças ocultas jamais admitirão um nordestino catingueiro à frente da CBF.” E é exatamente isso que estamos vendo se concretizar.

A decisão da Justiça que afasta Ednaldo Rodrigues pela segunda vez da presidência da CBF não soa como justiça — soa como vingança das elites futebolísticas que sempre dominaram a entidade como se fosse uma extensão de suas famílias e interesses regionais.

O eixo Rio-São Paulo, verdadeiro bunker do futebol nacional, jamais se conformou com a ideia de um baiano, vindo do sertão, presidir a casa que eles sempre consideraram sua propriedade particular. E não é de hoje que tramam contra Ednaldo. Essa perseguição, disfarçada de legalidade, revela o vício histórico de uma estrutura que nunca aceitou a democratização do poder futebolístico.

Os mesmos que se calaram diante dos escândalos que mancharam a história da CBF — de sogro para genro, de escândalo para escândalo — agora vestem a toga da moralidade para afastar um homem sério, um gestor que tentava romper com esse ciclo vicioso.

O futebol brasileiro, que já foi alegria do povo, hoje se curva diante de decisões judiciais que soam mais como manobras políticas do que como garantias legais. Ednaldo representa uma nova forma de fazer futebol, mais plural, mais transparente. E por isso está sendo punido.

Que país é este que não suporta ver um nordestino governar com dignidade?