A política, em sua essência, é a arte da negociação. Não há mérito em administrar os interesses e encontrar caminhos viáveis para a construção de governabilidade. Quem não entende isso está fadado a ser apenas um espectador do processo, sem protagonismo real. E foi exatamente esse entendimento que moveu a estratégia política da Bibia na recente eleição da Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista.
Bibia não apenas articulou a candidatura de Edvaldo Júnior à presidência da Casa, mas também pôde recuar no momento certo. O grupo que avaliou que insistir na candidatura poderia gerar um problema maior do que o benefício imediato. No entanto, longe de significar uma derrota, essa operação estratégica estratégica na consolidação de espaços dentro da estrutura de poder.
A política não é um jogo de tudo ou nada, mas sim um tabuleiro onde cada movimento deve ser calculado com precisão. A candidatura de Edvaldo Júnior, ainda que não tenha sido mantida até o final, serviu para marcar posição política e garantir ao grupo a influência que lhe era de direito. O resultado prático dessa ousadia foi a ascensão de Bibia como líder da bancada de situação, um posto estratégico que lhe confere poder de interlocução e, claro, espaço na estrutura legislativa.
Esse estágio comprova um princípio fundamental da política: a divisão de poder não é um problema, mas uma necessidade. Em um ambiente onde coexistem múltiplos interesses, negociar e construir acordos é essencial para garantir estabilidade e governabilidade. A prefeita Sheila Lemos, ao ver sua base fragmentada, pode até ter começado o segundo mandato em meio a esforço, mas a reorganização das lideranças aponta para uma fase de maior equilíbrio dentro da Câmara.
Bibia demonstrou habilidade política ao jogar com inteligência dentro das regras do sistema. Sua capacidade de articulação garantiu não apenas um espaço privilegiado dentro da Casa Legislativa, mas também reforçou seu protagonismo como um dos principais líderes do grupo governamental. Se há uma lição a ser tirada desse episódio, é que, na política, não vence apenas quem ocupa a carga máxima, mas sim quem sabe liderar os bastidores com estratégia e visão de longo prazo.
Padre Carlos