Hoje, 16 de março de 2025, celebramos um marco notável na trajetória de um mestre. Itamar Pereira de Aguiar completa 42 anos como professor na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e 51 anos de dedicação ininterrupta à educação, desde que assumiu a direção do Colégio Municipal de Lençóis, em 1974. Poucos são aqueles que atravessam meio século ensinando, inspirando e formando gerações, e menos ainda os que o fazem com a profundidade e o compromisso de Itamar Aguiar.
A jornada de um professor é, antes de tudo, a travessia de um idealista. E se há algo que define a trajetória de Itamar, é a crença inabalável no poder da educação como instrumento de transformação social. Formado em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (1979), ele aprofundou sua caminhada acadêmica com mestrado e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, culminando em um pós-doutorado pela UNESP – Campus de Marília. No entanto, mais que títulos, sua grandeza está na influência que exerceu sobre seus alunos, colegas e na construção de um pensamento crítico e libertador.
Ao longo dessas cinco décadas, testemunhou mudanças significativas na educação brasileira: do período da ditadura à redemocratização, do avanço das tecnologias às crises institucionais que atingem universidades e escolas. E, diante de cada desafio, manteve-se fiel à sua missão: provocar o pensamento, estimular o questionamento e incentivar a cultura da resistência.
Seu trabalho nas áreas de Filosofia e Antropologia reflete uma inquietação intelectual que não se esgota. Os temas que perpassam sua pesquisa – filosofia, imagem, imaginário, educação, cinema, religião e cultura de resistência – revelam um professor que não apenas ensina, mas se coloca em permanente aprendizado. Afinal, um verdadeiro educador não se fecha em dogmas, mas se renova a cada aula, a cada diálogo, a cada descoberta compartilhada com seus alunos.
A docência, para Itamar, nunca foi uma mera profissão, mas um compromisso existencial. Mais do que formar especialistas, ele ajudou a formar cidadãos. Suas aulas não foram apenas espaços de transmissão de conhecimento, mas também arenas de reflexão sobre o mundo e o lugar do indivíduo na sociedade. Quantos de seus alunos não saíram das suas salas carregando consigo uma nova maneira de enxergar a realidade?
Celebrar 51 anos de educação não é apenas relembrar um passado de dedicação. É reafirmar que o ensino é um ato de resistência, uma luta diária contra o obscurantismo e o pensamento raso que, muitas vezes, ameaça o saber acadêmico. Em tempos de ataques à ciência, de desvalorização da educação e de um mundo cada vez mais polarizado, o exemplo de Itamar Pereira de Aguiar se torna ainda mais essencial.
O tempo, que para muitos pode ser um peso, para ele se tornou uma marca de resistência e compromisso. E que venham mais anos, mais alunos e mais conhecimento compartilhado. Pois enquanto houver um professor como Itamar em sala de aula, haverá esperança.