Política e Resenha

ARTIGO – PDDU: A Construção de um Futuro Coletivo para Vitória da Conquista (Padre Carlos)

 

 

 

 

O desenvolvimento de uma cidade é um processo desafiador, que exige diálogo, planejamento e, acima de tudo, a união de esforços entre poder público e sociedade civil. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), atualmente em debate em Vitória da Conquista, é um instrumento essencial para organizar o crescimento da cidade, harmonizando interesses diversos e promovendo qualidade de vida para todos.

Contudo, como toda grande construção, este processo tem gerado questionamentos. A Carta Aberta assinada por entidades como o Conselho Consultivo Pró-Desenvolvimento, CREA, IAB e OAB aponta preocupações legítimas em relação à condução do anteprojeto do PDDU. Entre as questões levantadas estão a necessidade de maior participação popular, ajustes técnicos e clareza no planejamento de áreas estratégicas. Essas críticas, longe de serem uma oposição ao progresso, representam uma oportunidade de aprimoramento, de fazer melhor pelo bem comum.

Uma oportunidade para o diálogo

A cidade pertence a todos: moradores, trabalhadores, empresários, gestores públicos e futuros habitantes. Assim, é fundamental que o processo de construção do PDDU reflita essa diversidade, ouvindo opiniões, acolhendo sugestões e esclarecendo dúvidas. Não se trata apenas de cumprir formalidades, mas de construir uma base sólida para as decisões que moldarão Vitória da Conquista pelos próximos anos.

As audiências públicas realizadas até agora foram importantes, mas, como indicam as entidades, há espaço para torná-las mais abrangentes e aprofundadas. Garantir a ampla participação popular e o envolvimento de especialistas em áreas como transporte, meio ambiente e habitação não é apenas uma demanda técnica, mas uma forma de valorizar a democracia e fortalecer a confiança entre sociedade e poder público.

O desafio de unir diferentes visões

É compreensível que, em um tema tão complexo, existam divergências e preocupações. Afinal, cada setor da sociedade enxerga a cidade a partir de suas próprias experiências e necessidades. O que não podemos permitir é que essas diferenças se transformem em barreiras ao diálogo ou em decisões precipitadas que prejudiquem o desenvolvimento sustentável e inclusivo que desejamos.

A Prefeitura e a Câmara Municipal têm, diante de si, uma grande responsabilidade: garantir que o PDDU seja um instrumento eficaz e representativo. Isso requer transparência, revisão técnica e, sobretudo, paciência para escutar todas as vozes envolvidas.

Construindo pontes, não muros

Vitória da Conquista é uma cidade que cresceu pela força de sua gente e pelo espírito de superação de sua comunidade. É esse mesmo espírito que deve guiar a construção do PDDU. Todos os envolvidos – Executivo, Legislativo, sociedade civil e iniciativa privada – têm um papel a desempenhar.

A Carta Aberta reforça um pedido legítimo de ajustes e de mais tempo para debater o futuro urbano. Não se trata de adiar o progresso, mas de garantir que ele seja bem fundamentado, respeitando as particularidades locais e as expectativas de seus habitantes.

Um apelo ao bom senso

Concluo este texto com um convite à reflexão: Vitória da Conquista merece um PDDU que não seja apenas uma peça técnica, mas um pacto social, fruto de esforço coletivo e guiado pela busca do bem comum. Que todas as partes envolvidas possam exercitar a escuta ativa, com humildade para reconhecer falhas, mas também com determinação para construir soluções.

Se trabalharmos juntos, com espírito de cooperação e compromisso, Vitória da Conquista pode se tornar um exemplo de como o planejamento urbano pode ser uma ferramenta de união e progresso. Que o PDDU seja um marco de desenvolvimento, não de divisões, e que possamos, juntos, moldar um futuro de harmonia e prosperidade para nossa cidade.

(Padre Carlos)