Em época de eleição, é comum sermos bombardeados com planos de governo que mais parecem sair de um roteiro futurista. As promessas são mirabolantes: construção de hospitais em cada esquina, aquisição de equipamentos de última geração, e, como mágica, ainda há espaço para cortar receitas. Parece um sonho, mas a realidade, infelizmente, é bem diferente.
Para ser candidato, é essencial ter conhecimento em administração pública e finanças. A falta de entendimento sobre responsabilidade fiscal e controle das contas públicas transforma planos de governo em peças de ficção. Em Vitória da Conquista, temos pré-candidatos que sequer divulgam suas propostas de forma clara, enquanto outros viajam pelo país como se tivessem a chave do tesouro nacional.
A questão da água potável para a população rural é um exemplo clássico. Há décadas ouvimos a promessa de que o problema será solucionado, mas o carro-pipa continua sendo a realidade para muitos moradores. A abertura de poços artesianos poderia ser uma solução viável, mas depende de emendas parlamentares que raramente chegam.
As propostas divulgadas até agora por alguns pré-candidatos são verdadeiras pérolas de engenhosidade. Entretanto, sem um entendimento profundo da máquina pública, essas promessas não passam de utopias. É essencial que os eleitores comparem o plano de governo prometido com a realidade após a eleição. Só assim poderemos cobrar responsabilidade e transparência dos nossos representantes.
A política precisa de um choque de realidade. Propostas sem base fiscal e sem planejamento sólido são um desserviço à população. A responsabilidade fiscal não é apenas um termo técnico; é uma necessidade urgente para garantir que as promessas de hoje não se tornem as decepções de amanhã.