Há uma figura no cenário político que, mesmo depois de encerradas as urnas, insiste em se manter em campanha, mantendo um ritmo frenético de publicações nas redes sociais. Este comportamento reflete, talvez, a esperança de uma nova eleição – sonho alimentado pelo processo de inelegibilidade que a prefeita enfrenta nos tribunais superiores. Mas será essa postura uma estratégia eficaz, ou um tiro no pé que pode abreviar sua trajetória?
É compreensível que a possibilidade de um novo pleito inspire ânimos. No entanto, para um candidato que, apesar de longa trajetória política, conquistou uma votação aquém das expectativas, a insistência em manter-se em “campanha” levanta questionamentos. Em vez de demonstrar serenidade e respeito ao processo político, tal postura pode acabar soando como desespero. Isso se torna ainda mais evidente quando observamos o fluxo de postagens: em vez de uma avaliação crítica ou uma oferta propositiva para o município, o que se vê é uma repetição exaustiva das mesmas críticas, como se o tempo houvesse congelado no dia da apuração dos votos.
A realidade é que as redes sociais possuem um poder imenso para potencializar o discurso, mas também podem ser armadilhas perigosas para os que não souberem usá-las com equilíbrio. Para alguém que já experimentou o dissabor da derrota nas urnas, outra campanha falha pode significar não apenas um revés momentâneo, mas um ocaso definitivo da carreira política. Afinal, até quando o público terá paciência para acompanhar esse embate permanente, que não apresenta novidades, mas apenas a persistência de um discurso que parece cada vez mais desconectado da realidade?
É possível que, ao manter acesa a chama de uma candidatura hipotética, o candidato acredite estar reforçando sua presença entre os eleitores. Porém, a História ensina que uma liderança de verdade se mede não apenas pela frequência de suas aparições, mas pela capacidade de encerrar ciclos e respeitar a decisão das urnas. Para aqueles que insistem em permanecer em palanque, o aviso é claro: a paciência do eleitor é curta, e a imagem de quem parece incapaz de aceitar uma derrota pode se transformar em um fardo pesado demais.
A política é feita de altos e baixos, de vitórias e derrotas, e de momentos para avançar e recuar. Aquele que não souber interpretar esses sinais talvez esteja destinado a repetir, indefinidamente, os mesmos erros que já lhe custaram uma posição no presente e podem comprometer também seu futuro.