Vitória da Conquista não é apenas um nome no mapa da Bahia; é um testemunho vivo de coragem e visão. Entre os que teceram sua história, dois nomes ressoam como sinfonias de luta e transformação: Pedral Sampaio e Guilherme Menezes. Um, símbolo da resistência democrática; outro, arquiteto de obras que moldaram o futuro. Separados por contextos, unidos pelo mesmo propósito: fazer da cidade um farol de esperança.
Pedral Sampaio emergiu em um tempo em que o Brasil respirava sob a sombra da ditadura. Enquanto muitos se calavam, ele ergueu a voz, transformando-se em ponte entre os oprimidos e a justiça. Sua trajetória não foi apenas política, mas profundamente humana. Nas reuniões clandestinas, nas mobilizações populares e na defesa intransigente dos direitos humanos, Pedral plantou sementes de democracia em solo árido. Sua luta não se limitou a derrubar muros autoritários; quis construir, nas brechas da repressão, espaços onde a educação, a cultura e a participação popular florescessem. Quantos jovens, inspirados por sua coragem, descobriram que a política pode ser instrumento de libertação?
Décadas depois, coube a Guilherme Menezes enfrentar desafios de outra natureza. Se Pedral desbravou terrenos políticos, Guilherme assumiu a missão de concretizar sonhos em asfalto, hospitais e escolas. Em meio a crises econômicas e limitações orçamentárias, sua gestão investiu em infraestrutura como poucas: a duplicação de avenidas, a modernização do sistema de saúde e a expansão da rede de ensino. Não foram obras frias, mas alicerces para dignidade. Quantas famílias, antes esquecidas, viram na urbanização de seus bairros um sinal de que o poder público podia, sim, chegar à periferia?
O legado desses dois homens revela uma verdade essencial: não há progresso sem raízes. Pedral nutriu a consciência crítica; Guilherme canalizou-a para a materialidade do desenvolvimento. Juntos, mostram que resistência e administração são faces da mesma moeda. Mas e hoje? O que fazemos com esse legado? As políticas públicas atuais dialogam com as demandas que eles identificaram? Ou risco de que conquistas se transformem em ruínas pela descontinuidade?
A pergunta que fica é incômoda: será que conseguiríamos ter uma mulher na prefeitura se estes dois não tivessem construídos as estruturas? Pedral e Guilherme não lutaram para que seus nomes fossem lembrados, mas para que o povo assumisse o protagonismo, sejam homens ou mulheres. E é aqui que a reflexão se torna urgente: as novas gerações compreendem que direitos conquistados exigem vigilância constante? Sabem que um hospital não se sustenta sem investimento contínuo, nem a democracia sobrevive sem participação popular?
Vitória da Conquista hoje se depara com desafios complexos: o êxodo rural, a pressão por emprego digno, a necessidade de inovação tecnológica. Como honrar o passado sem repeti-lo mecanicamente? Talvez a resposta esteja em sintetizar as lições de ambos. Pedral nos ensinou que mudanças começam nas bases; Guilherme, que é preciso ter ousadia para transformar ideias em realidade. Que tal, então, unir a mobilização comunitária às ferramentas modernas de gestão?
Não basta, porém, esperar por heróis. A cidade precisa de cidadãos e cidadãs