Política e Resenha

ARTIGO – Reflexões sobre a Centralização dos Investimentos Culturais

 

Em um país de dimensões continentais, a cultura deveria ser uma ponte de integração e diversidade, mas os investimentos permanecem concentrados nas capitais, forçando as prefeituras – com seus orçamentos limitados – a arcarem sozinhas com a manutenção e revitalização dos espaços culturais. Essa realidade impõe uma reflexão urgente: é imperativo que os deputados regionais, o governo estadual e a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia atuem de forma decisiva para redistribuir os recursos de maneira equitativa.

A entrega da Carta-Proposta pelo coletivo Movimenta Cultura Conquista, durante a celebração do Dia Internacional da Mulher, exemplifica o clamor por mudanças. Articulada por trabalhadores da cultura, educadores, pesquisadores e artistas, a iniciativa reivindica não apenas a recuperação de espaços históricos – como o Teatro Carlos Jeovah, a Casa de Glauber Rocha e o Cine Madrigal –, mas também um repensar das políticas de investimento cultural que, até hoje, privilegiam a capital em detrimento de outros municípios.

Essa centralização compromete não só o desenvolvimento cultural, mas também o potencial econômico e social das comunidades locais, que deixam de usufruir de uma cultura vibrante e diversificada. A arte, em todas as suas formas, tem o poder de transformar realidades e fortalecer identidades, sendo um investimento indispensável para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

(Padre Carlos)