Política e Resenha

ARTIGO – “Reflexões sobre a Polícia do Governo de Esquerda na Bahia” (Padre Carlos)

 

 

 

 

A Bahia, sob administração do Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2007, enfrenta desafios significativos na área de segurança pública. Apesar das promessas de políticas progressistas e inclusivas, os índices de violência  permanecem alarmantes, e a atuação policial tem sido alvo de críticas crescentes.

Dados recentes indicam que a Polícia Militar da Bahia registrou 1.339 mortes em operações entre janeiro e outubro de 2024, um número significativamente superior ao de estados como São Paulo, que contabilizou 692 no mesmo período

. Essa discrepância é ainda mais preocupante quando se considera que São Paulo possui uma população três vezes maior que a da Bahia.

A gestão de Rui Costa (PT), governador entre 2015 e 2022, foi marcada por um aumento de 313% nas mortes causadas por policiais, atingindo um recorde histórico em 2022

. Essa escalada de violência policial contrasta com os princípios defendidos pelos movimentos sociais e setores progressistas que historicamente apoiam o PT.

A promessa de humanizar as políticas de segurança pública, frequentemente associadas a governos de esquerda, parece não ter se concretizado na Bahia. A abordagem predominantemente repressiva não apenas falha em reduzir a criminalidade, mas também aprofunda desigualdades e perpetua um ciclo de violência.

O atual governador, Jerônimo Rodrigues, tem diante de si a oportunidade de reverter esse cenário. Sua trajetória, marcada pelo diálogo e pela inclusão, sugere um potencial para implementar mudanças estruturais na segurança pública do estado. No entanto, isso exigirá coragem política para reformular a polícia, aumentar os investimentos em educação e criar oportunidades para a juventude, especialmente nas periferias.

É imperativo que a esquerda baiana e os movimentos populares reflitam sobre a quem a polícia realmente serve e como ela é percebida pela população. Sem uma segurança pública que seja realmente um direito de todos, o sistema continuará a marginalizar os mais vulneráveis.

O desafio é: romper com práticas ultrapassadas e construir um modelo de segurança que reflita os valores de justiça e equidade. Só assim poderemos aspirar a uma Bahia mais justa e importadora.