A saúde pública de Vitória da Conquista, como em muitas cidades brasileiras, enfrenta desafios significativos. No centro desse debate está o Hospital Esaú Matos, cuja terceirização se apresenta como uma proposta polêmica, mas, ao mesmo tempo, carregada de potencial transformador. Diante da crise na gestão hospitalar, a terceirização surge não como uma mera opção, mas como uma necessidade para atender à crescente demanda por eficiência e qualidade no serviço de saúde.
Primeiramente, é essencial compreender que terceirizar não significa abandonar o controle público, mas redistribuir responsabilidades. Empresas especializadas podem trazer ganhos reais de eficiência, ao otimizar processos que historicamente enfrentam burocracias e entraves no setor público. Imagine um cenário onde o tempo de espera para consultas e exames seja reduzido, ou onde os profissionais de saúde tenham ferramentas e apoio suficientes para exercer sua missão com excelência.
Outro ponto crucial é a redução de custos operacionais. O setor público, com sua estrutura rígida e encargos elevados, muitas vezes opera de maneira engessada. Ao terceirizar, gastos podem ser controlados com maior precisão, desde a gestão de recursos humanos até a manutenção de equipamentos. Isso libera o orçamento municipal para investimentos estratégicos, como ampliação de programas de prevenção e atendimento primário.
A agilidade nos serviços é outro benefício inquestionável. A saúde não pode esperar, e a experiência de empresas especializadas em gestão hospitalar é uma garantia de respostas mais rápidas às emergências e sazonalidades. Um exemplo prático seria a ampliação de leitos em momentos de surtos epidêmicos, algo que o setor público frequentemente enfrenta com lentidão.
A flexibilidade na gestão é outro trunfo. Com profissionais contratados de maneira estratégica, é possível ajustar equipes às demandas locais sem os entraves típicos dos regimes estatutários. Além disso, uma integração mais harmoniosa entre serviços especializados, como pediatria e maternidade, poderia transformar o Esaú Matos em um modelo de atendimento hospitalar eficiente.
Por fim, a terceirização não significa isenção de responsabilidade por parte da administração municipal. Ao contrário, ela permite que o município concentre esforços na formulação de políticas públicas abrangentes, enquanto delega a execução operacional a quem tem a expertise para fazê-lo.
No entanto, a terceirização não é uma solução mágica. É indispensável que contratos sejam rigorosamente fiscalizados, garantindo transparência e que a população não seja prejudicada. A experiência de outros municípios mostra que, quando bem implementada, a terceirização pode ser um divisor de águas. Mas, se negligenciada, pode se tornar um pesadelo administrativo.
Portanto, a discussão sobre terceirizar o Hospital Esaú Matos deve ser conduzida com seriedade, diálogo e, acima de tudo, com a população em mente. A saúde não pode ser tratada como um campo de disputas ideológicas, mas como um direito fundamental. Vitória da Conquista tem a chance de transformar o Esaú Matos em um exemplo de eficiência e qualidade no atendimento à saúde. O momento de agir é agora.