(Padre Carlos)
A formação da União Progressista, federação entre os partidos União Brasil e Progressistas, marca um movimento político com profundidade estratégica e potencial de reorganização do campo da direita brasileira. Não se trata apenas da criação da maior bancada da Câmara dos Deputados, tampouco da soma impressionante de prefeitos e governadores. Estamos diante da tentativa mais concreta, até agora, de construir uma direita liberal com identidade própria, viável eleitoralmente e desvinculada dos extremos do espectro político.
Ao unificar forças, a nova federação envia um sinal claro ao país: é possível um caminho fora da polarização destrutiva que tem paralisado o Brasil. Essa aliança não apenas isola setores da ultradireita que se alimentam do caos, mas também sinaliza para a sociedade que o pragmatismo pode, sim, ser virtuoso — desde que aliado a um projeto de nação.
Num país dilacerado por disputas ideológicas estéreis, a União Progressista se posiciona como uma alternativa capaz de repactuar o centro político. Um centro que não seja omisso, mas propositivo. Que busque reformas com responsabilidade fiscal, políticas públicas com responsabilidade social, e diálogo institucional como premissa democrática, não como concessão.
É nesse contexto que Vitória da Conquista ganha relevância. Com a prefeita Sheila Lemos assumindo protagonismo nesse novo desenho político — e com respaldo de lideranças como ACM Neto — o município passa a ter voz ativa dentro da maior força partidária do país. Isso não é apenas prestígio político; é oportunidade concreta de lutar por investimentos, infraestrutura, saúde, educação e presença no orçamento federal.
A prefeita acerta ao dizer que a federação amplia as possibilidades de diálogo e acesso a recursos. Mas o desafio agora é transformar essa base sólida em ação transformadora. Vitória da Conquista pode se tornar um exemplo de como um município do interior, governado por um partido pragmático e moderno, pode influenciar o debate nacional e ser símbolo de um novo tempo.
A União Progressista ainda precisa provar sua consistência. Sua coesão interna será testada. Mas o gesto de sua criação já é, por si só, um marco: a busca por uma direita democrática, liberal, institucional — e com projeto de país. Se conseguir cumprir essa missão, não apenas isolará os radicais, mas ajudará o Brasil a reencontrar a bússola do equilíbrio.