Política e Resenha

ARTIGO – União sem Fronteiras: Amor, Justiça e o Recomeço dos Povos

 

 

Em um cenário global marcado por políticas de imigração rigorosas e pela imposição de tarifas punitivas, testemunhamos a tragédia de um sistema que, em vez de acolher aqueles que buscam um refúgio e um novo começo, os trata como criminosos. Pessoas que, em busca de um futuro melhor para si e para suas famílias, são encarceradas e acorrentadas – não por um delito cometido, mas por sua própria vulnerabilidade e esperança de recomeço. Essa realidade denuncia um dos maiores fracassos humanitários de nosso tempo: transformar o ato de buscar proteção em um crime, ao mesmo tempo em que grandes nações utilizam taxas tarifárias para punir povos inteiros, demonstrando uma violência que ultrapassa as fronteiras e que se impõe sobre os mais frágeis.

Essas políticas excludentes e medidas protecionistas não apenas dividem as nações, mas corroem os alicerces da solidariedade e do entendimento mútuo. Enquanto uns erguem muros físicos e burocráticos para deter aqueles que fugiram de guerras, perseguições e misérias, outros impõem barreiras econômicas, na forma de tarifas abusivas, como se pudessem punir um povo que, com dignidade, anseia por oportunidades e esperança. Esse duplo flagelo, que atinge tanto os que buscam abrigo quanto os que lutam por dignidade econômica, revela um mundo que se desumanizou, onde o medo e a desconfiança se sobrepõem à compaixão.

Entretanto, em meio a esse cenário adverso, permanece a possibilidade de transformação por meio do amor. Que o amor nos unifique, a todas as coisas e pessoas, para que possamos sentir em nossos corações a paz de espírito tão necessária para ajudar o mundo a encontrar sua paz. Essa paz não é apenas a ausência de conflitos, mas a presença de um sentimento profundo de comunhão, que une os povos, as culturas e as nações em um propósito comum de reconstruir nossa casa comum – o planeta Terra – e restaurar seu equilíbrio.

O novo ano que se inicia carrega em si a promessa de um recomeço, uma oportunidade para que todos nós possamos repensar nossas atitudes e priorizar a empatia sobre o medo. Que possamos romper as barreiras do preconceito e da hostilidade, transformando políticas de exclusão em iniciativas de acolhimento e de justiça social. Que os governos e as grandes nações se lembrem de que o poder verdadeiro reside na capacidade de inspirar e unir, e não de punir e dividir.

Em cada gesto de solidariedade, em cada ato de compaixão, reside a semente de um futuro onde a esperança prevalece. Que o amor seja a linguagem universal que transcenda as fronteiras físicas e econômicas, e que, juntos, possamos construir um mundo onde a dignidade humana seja respeitada, onde o direito à proteção e à prosperidade seja garantido a todos.

Que seja um novo ano inspirador para todos aqueles que acreditam que o amor pode vencer o medo e que, com ele, possamos escrever uma nova história de paz, justiça e união.

Padre Carlos