Política e Resenha

“CAÇADORES DO CRIME”: OPERAÇÃO DA PF DESVENDA QUADRILHA EM PLENO PARAÍSO ECOLÓGICO

Vitória da Conquista e região foram surpreendidas na manhã desta terça-feira (15) pela deflagração da Operação Buckshot, ação da Polícia Federal que revelou a existência de uma suposta quadrilha especializada em caça ilegal dentro de áreas de proteção federal — o Parque Nacional e o Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova, duas preciosidades ambientais da Bahia.

Os mandados de busca e apreensão, cinco ao todo, foram expedidos contra indivíduos suspeitos de promover o abate recorrente de animais silvestres em regiões identificadas como Pé da Ladeira e Icó. Ambos os locais estão localizados dentro de territórios que, por força da legislação ambiental brasileira, gozam de proteção integral, o que torna qualquer atividade predatória ali dentro um crime federal.

Segundo as investigações, iniciadas no início de 2025, o grupo agia com habitualidade e organização, o que agrava ainda mais o cenário. Informações repassadas pelo ICMBio foram cruciais para mapear a movimentação dos caçadores, levando a PF a iniciar diligências que culminaram na operação desta terça.

Durante as buscas, foram apreendidas carcaças de animais silvestres, carabinas de pressão, pólvora, chumbo e petrechos usados nas caçadas. Apesar do flagrante da materialidade dos crimes, não houve prisões imediatas, o que reacende um debate antigo: até quando o meio ambiente será vítima da impunidade?

A atuação firme da PF aponta para um avanço necessário no combate aos crimes ambientais, sobretudo numa era em que o mundo discute — com cada vez mais urgência — a preservação da biodiversidade. O Refúgio de Boa Nova é um santuário ecológico conhecido por abrigar espécies raras de aves e animais em risco de extinção. Atos como os revelados hoje são atentados não apenas à fauna local, mas ao equilíbrio ecológico de todo o bioma da região.

Os envolvidos devem responder pelos crimes de caça ilegal, posse irregular de arma de fogo e associação criminosa, podendo pegar até 12 anos de reclusão, somando-se as penas máximas previstas.

Resta à sociedade civil, às autoridades e aos ambientalistas manterem-se vigilantes, pois proteger nossas riquezas naturais não é uma opção: é uma urgência.