Política e Resenha

Cruzamento Perigoso: A Saga do Semáforo que Vitória da Conquista Espera

 

Em uma das principais artérias viárias de Vitória da Conquista, um drama diário se desenrola no cruzamento da BR-116 com a saída para Ilhéus, próximo à URBIS VI. O local, que há anos clama por uma solução definitiva, continua sendo palco de uma rotina arriscada que põe em xeque a segurança de motoristas e pedestres.

A ausência de um semáforo no local transformou a travessia em um exercício de sorte e cordialidade. São os próprios caminhoneiros que, num gesto de solidariedade viária, param suas carretas para permitir que outros veículos atravessem o cruzamento. Uma prática que, embora louvável, evidencia a precariedade da gestão do tráfego neste ponto crítico da cidade.

O imbróglio institucional em torno da instalação do equipamento revela as complexidades da gestão pública. Circula a informação de que semáforos seriam proibidos em rodovias federais – uma justificativa que não encontra respaldo na legislação vigente. A própria Avenida Integração, também federal e situada em zona urbana, ostenta cinco semáforos em pleno funcionamento, desmentindo tal argumento.

A VIABAHIA, concessionária responsável pelo trecho, mantém-se silente, enquanto a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) poderia, mas não intervém para ordenar o fluxo caótico que tanto aflige a população local. Vereadores já manifestaram apoio à instalação do semáforo, ecoando o clamor popular por uma solução que parece simples, mas permanece engavetada.

Enquanto as autoridades responsáveis não chegam a um consenso, a população segue refém de um jogo de empurra-empurra institucional. A fluidez do tráfego fica comprometida, e a segurança viária, que deveria ser prioridade, continua sendo garantida apenas pela boa vontade dos motoristas profissionais que transitam pela região.

A situação expõe uma verdade incômoda: mais que recursos ou impedimentos técnicos, falta articulação entre os órgãos competentes para resolver um problema que afeta diariamente milhares de conquistenses. Um semáforo pode parecer uma solução simples, mas sua ausência revela as complexas engrenagens da burocracia que travam o desenvolvimento urbano e a segurança viária em Vitória da Conquista.

 

JOSÉ MARIA CAIRES

DUPLICA SUDOESTE