Política e Resenha

Delação Premiada sem Fundamento: A Armadilha de Veja para Rui Costa

 

 

Nos últimos dias, a Revista Veja trouxe à tona acusações envolvendo o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, que, infelizmente, seguem uma tendência alarmante de irresponsabilidade na cobertura midiática de figuras públicas. A matéria, embasada em delações premiadas, insinua a proximidade de Costa com o empresário Cleber Isaac Ferraz Soares, investigado por suspeitas na compra de respiradores durante a pandemia. Segundo a delatora, o empresário dizia ser “melhor amigo” do ministro e mostrava supostas conversas com o petista, criando um clima de suspeição em torno da figura do ministro.

Entretanto, o que precisamos questionar é a superficialidade e a falta de rigor com que tais acusações são publicadas. Não se pode jogar a reputação de um homem público ao vento, baseada em depoimentos de pessoas que, em muitos casos, estão buscando desesperadamente aliviar suas próprias penas. A delação premiada, um instrumento que deveria ser usado com extrema cautela, muitas vezes é aplicada de forma irresponsável, sendo transformada em manchetes que têm como único objetivo destruir a imagem de indivíduos antes que qualquer prova concreta seja apresentada.

A delação premiada, em sua essência, é uma prática que flerta com os métodos de regimes autoritários, onde a palavra de um réu, em troca de benefícios judiciais, pode ser usada para acusar terceiros sem a devida comprovação. Em uma democracia, o devido processo legal e a presunção de inocência são pilares que não podem ser negligenciados. Não é aceitável que uma revista de renome nacional adote práticas sensacionalistas que não só prejudicam a reputação de uma pessoa, mas também enfraquecem a confiança pública nas instituições.

Rui Costa, um homem que tem demonstrado competência e dedicação em sua trajetória política, merece que os fatos sejam apurados com o devido cuidado antes que sua imagem seja colocada em xeque de maneira tão leviana. A Revista Veja, ao publicar tais alegações sem provas robustas, presta um desserviço à sociedade e ao próprio jornalismo, que deveria primar pela verdade e pela justiça.

É urgente que repensemos a forma como as delações premiadas são tratadas pela mídia e pelo sistema judiciário. As instituições competentes precisam agir com rigor na apuração dos fatos, mas sempre respeitando os direitos individuais e a presunção de inocência. A imprensa, por sua vez, deve cumprir seu papel de informar com responsabilidade, evitando o sensacionalismo e a destruição gratuita de reputações.

Rui Costa, como qualquer cidadão, tem o direito de ser julgado de maneira justa e transparente. Cabe a nós, como sociedade, exigir que esse princípio seja respeitado, para que a verdade prevaleça e para que não se destrua a imagem de homens públicos sem que haja provas concretas e substanciais.

 

Padre Carlos