Os ventos políticos na Bahia não são mais os mesmos, e o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta uma maré de desafios que se estende desde o cenário estadual até as disputas locais em Vitória da Conquista. O declínio do PT na Bahia, evidenciado pelos números eleitorais recentes, tem impactos diretos na pré-candidatura de Waldenor Pereira à prefeitura da cidade.
A Ilusão dos Votos de Lula e o Fenômeno Eleitoral:
Os números avassaladores de Lula nas eleições anteriores não garantem uma transição automática de votos para o PT local. A ilusão de que os votos do ex-presidente automaticamente pertencem ao partido é desmistificada pelos mapas eleitorais. Se não fosse pelo fenômeno eleitoral de Lula, o PT na Bahia não teria conquistado a expressiva votação. Entretanto, esse fenômeno não se traduz em crescimento orgânico do partido.
Declínio Estadual e Perda de Eleitores:
Os números são claros: o PT na Bahia não apenas estagnou, mas experimentou uma perda significativa de eleitores. De 2018 a 2022, o partido perdeu um milhão e meio de apoiadores, cedendo espaço para a direita liberal e a ultra direita. A expansão acelerada da direita na Bahia é um alerta para a esquerda, que precisa repensar suas estratégias e propostas.
Vitória da Conquista em Foco:
Ao descermos para a realidade local em Vitória da Conquista, os desafios da esquerda tornam-se ainda mais evidentes. O candidato do PT, Waldenor Pereira, encontra-se em um impasse. Apesar da ajuda de todos os Santos, o político não consegue decolar nas pesquisas. Uma análise minuciosa dos números eleitorais revela uma estagnação preocupante.
Estagnação e Aumento do Eleitorado:
De 2020 para 2022, o candidato Jerônimo (PT) praticamente manteve o mesmo número de votos, apenas 53 a mais. No entanto, o eleitorado na cidade cresceu significativamente em 22.354 votos. Isso evidencia a incapacidade do PT em capitalizar o aumento de eleitores para expandir sua base. Enquanto a direita atrai novos apoiadores, a esquerda permanece restrita a seus redutos tradicionais.
Desafios para a Esquerda Conquistense:
O atual cenário coloca em xeque a atuação do PT durante suas gestões na prefeitura de Vitória da Conquista. Apesar de exercer o comando do executivo municipal por várias gestões, o partido não conseguiu consolidar um projeto consistente de formação de quadros e engajamento popular. Diante da expansão da direita, a esquerda corre o risco real de se tornar minoritária e marginalizada politicamente na cidade.
A Necessidade de Autocrítica e Renovação:
Os números das urnas são um sinal de alerta para a esquerda conquistense. Para evitar tornar-se uma força eleitoral diminuída, é crucial aprender com os erros do passado e trabalhar estrategicamente pelo futuro. A esquerda precisa passar por uma profunda autocrítica, renovar suas práticas políticas e focar na sociedade civil e na construção coletiva de poder. Do contrário, a possibilidade de retomar a prefeitura de Vitória da Conquista ficará cada vez mais distante.