Enquanto o país se vê imerso em debates sobre a descriminalização da posse de drogas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece optar por uma posição distante, evitando desgastes com o STF e o Senado. Em meio a esse cenário, Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo na Casa, deixa claro que a unidade da base é um objetivo difícil de alcançar nesse contexto.
Em declarações nesta quinta-feira, 7, após sair de uma reunião de líderes, Wagner revela a incerteza do Palácio do Planalto em relação à PEC das Drogas: “O governo ainda não tem uma posição firmada. Entre os partidos, cada um terá seu posicionamento. Esse é o tipo de tema que não adianta querer unidade da base. Não sei se o governo terá posição ou se vai liberar”.
A indefinição não se limita ao governo, estendendo-se à bancada e à executiva do PT, que ainda não se manifestaram sobre o assunto das drogas. O próprio Wagner destaca que a decisão do STF deve ser concluída em breve, trazendo um elemento de espera e cautela: “A questão do compasso de espera é para saber o que vai sair de lá e não trabalhar em cima de algo que não se transforme em realidade”, pontua o petista.
Nesse contexto, vozes como a do deputado Zeca Dirceu (PT-PR) ecoam, clamando por uma definição clara por parte do STF para diferenciar usuários de traficantes: “Sou a favor do STF definir o quantitativo para ficar bem claro quem é usuário e quem é traficante. Jovens negros pobres não podem mais ser presos porque têm uns baseados na mochila”, ressalta Dirceu em entrevista à CNN.
Diante desse quadro de incertezas e divergências, a busca pela unidade parece um desafio cada vez mais distante. Enquanto isso, a nação aguarda ansiosa por resoluções concretas em meio a um debate complexo e crucial para o futuro do país.
Maria Clara, articulista do Política e Resenha