A posse da advogada Vera Lúcia Santana Araújo como ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marca não apenas um evento protocolar, mas um marco histórico na trajetória da representatividade e da luta contra o racismo estrutural em nossas instituições. Natural de Livramento de Nossa Senhora, no Sertão Produtivo baiano, Vera Lúcia agora se junta a uma pequena, porém significativa, lista de mulheres negras que ocuparam assentos ministeriais no TSE.
É inegável que este é um passo na direção certa, um avanço necessário em um país marcado por profundas desigualdades sociais e raciais. Contudo, é preciso reconhecer que essa conquista, por mais emblemática que seja, está longe de representar o fim da luta por equidade e justiça. Ainda há um longo caminho a percorrer até que nossas instituições reflitam verdadeiramente a diversidade e a pluralidade do povo brasileiro.
A nomeação de Vera Lúcia, fruto do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não pode ser vista como um gesto isolado de inclusão, mas como parte de um movimento mais amplo de reconhecimento e valorização das vozes marginalizadas em nossa sociedade. Sua atuação em defesa das causas antirracistas e democráticas é um testemunho vivo de sua dedicação à construção de um país mais justo e igualitário.
No entanto, não podemos ignorar o contexto em que essa nomeação ocorre. Em um momento em que retrocessos políticos e ideológicos ameaçam os avanços conquistados nas últimas décadas, é fundamental que celebremos cada vitória na luta pela igualdade, mas também que redobremos nossos esforços para resistir aos ataques às nossas conquistas e aos nossos direitos.
A chegada de Ricardo Villas Bôas Cueva, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como ministro substituto do TSE, também merece destaque. Sua experiência e trajetória contribuirão para fortalecer ainda mais a atuação do tribunal na defesa da democracia e do Estado de Direito.
Por fim, é preciso reafirmar o compromisso de todos nós, cidadãos e cidadãs, com a promoção da igualdade e da justiça social. A nomeação de Vera Lúcia e Ricardo Villas Bôas Cueva é um lembrete poderoso de que a diversidade é nossa maior riqueza e que, juntos, podemos construir um país onde todos tenham as mesmas oportunidades e direitos. Que este seja apenas o primeiro passo de muitos rumo a um Brasil mais inclusivo e democrático.
Que assim seja.